O discurso adotado por petistas de responsabilizar as investigações da Lava Jato pela recessão econômica enfrentada pelo Brasil parece cada dia mais inviável. De acordo com matéria publicada nesta quinta-feira (14) pelo jornal O Globo, a operação já recuperou R$ 2,8 bilhões dos recursos desviados no esquema de corrupção da Petrobras, o que equivale a cerca de um terço dos R$ 7,2 bilhões usados para pagar propinas a políticos e dirigentes da estatal e suas subsidiárias. Em julho do ano passado, a presidente Dilma Rousseff chegou a criticar a operação, quando afirmou que a “Lava Jato provocou uma queda de um ponto percentual no PIB brasileiro”.
Além dos recursos recuperados, resultantes de 40 acordos de delação premiada e de três acordos empresariais assinados com o Ministério Público Federal, a Lava Jato também resultou na condenação de 80 pessoas envolvidas no esquema. No total, a operação apura a participação de mais de 50 empresas e centenas de pessoas implicadas no corrupto plano instalado na estatal.
Em relação aos valores ressarcidos aos cofres públicos, quem mais devolveu dinheiro foram o ex-gerente de Engenharia da Petrobras Pedro Barusco, com US$ 97 milhões, o ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, com R$ 70 milhões, e o doleiro Alberto Youssef, com R$ 55 milhões.
Já entre as empresas, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa vão desembolsar, juntas, R$ 1,7 bilhão para atenuar suas penas por conta dos desvios de recursos realizados, o que as deixa como as companhias que mais desembolsarão recursos em decorrência da operação. Ainda de acordo com a reportagem de O Globo, ambas compõem um grupo de 11 instituições que aderiram ao acordo de leniência com a Controladoria-Geral da União (CGU) para contribuir com as investigações e apresentar planos de reestruturação ética de seus negócios.
