A crise econômica e social do governo Dilma já atinge a soma dos ganhos de todos os trabalhadores e deve atingir, este ano, o seu menor nível desde 2011. Cálculos do Santander mostram que o total de salários terá queda nos próximos dois anos e atingirá, em 2016, R$ 600 bilhões – levando em conta os ganhos nas seis principais regiões metropolitanas brasileiras através da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE.
Em entrevista ao jornal O Globo desta quarta-feira (18), o economista do Santander, Rodolfo Margato, afirmou que o resultado nas maiores metrópoles do país reflete o ganho dos trabalhadores em todo o país e a redução na massa salarial metropolitana será de R$ 42 bilhões – R$ 26 bilhões em 2015 e de R$ 16 bilhões no próximo ano –, o que atingirá diretamente no consumo das famílias brasileiras.
Segundo o economista, a perda no rendimento das famílias é consequência direta do aumento do desemprego, que tende a se intensificar no próximo ano, ficando em torno de 10%. Em setembro, estava em 7,6% nas metrópoles. “Tudo isso faz com que haja um impacto no consumo das famílias e isso já aparece em alguns setores do varejo. Outro impacto será a inadimplência, que deve começar a subir no ano que vem por conta do desemprego e do orçamento mais apertado das famílias”, afirmou Margato ao jornal.
Além dos setores da construção civil e da indústria de transformação, trabalhadores de outras áreas já começam a conviver com o fantasma do desemprego, como no comércio e no varejo. Margato afirma que, mesmo quem mantém o emprego, o salário está sendo corroído pela inflação ou pela perda de renda de alguém da família.
Com menos dinheiro no bolso, o trabalhador acaba comprando menos. De acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio, do IBGE, as vendas de veículos, motos e peças estão em forte queda desde março de 2014. Já o comércio de móveis vem encolhendo mensalmente desde julho do ano passado. No setor de roupas e calçados, as perdas iniciaram em dezembro de 2014 e, nos supermercados e hipermercados, em janeiro deste ano. As farmácias também registraram, no último mês de setembro, a primeira queda nas vendas de toda a série histórica, inciada em 2004.