Brasília (DF) – Os desdobramentos da crise econômica na Venezuela podem deixar marcas na economia brasileira. Isso porque, com a forte queda no preço do petróleo no mercado externo, os negócios do governo e de empresários brasileiros no país vizinho podem terminar em prejuízo. Segundo reportagem publicada nesta sexta-feira (22/01) pelo jornal O Globo, o ceticismo é tão grande que mesmo sendo aprovado ou rejeitado o decreto de emergência econômica do presidente Nicolás Maduro, a medida não terá qualquer efeito.
A economia venezuelana é baseada, em grande parte, nas exportações de petróleo, já que a nação detém as maiores reservas do mundo. Com a queda dos preços, e o consequente aumento da oferta, o país embarcou em uma crise que o fez despencar no ranking de maiores importadores de produtos brasileiros. Para se ter uma ideia, a Venezuela saiu da nona posição, em 2014, para o 13º lugar em 2015.
Vale lembrar que o país conta com o petróleo para 95% das receitas com exportações, e para cerca de 50% do orçamento do Estado.
De acordo com o professor de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo e especialista em Venezuela, Oliver Stuenkel, as companhias brasileiras têm contratos de cerca de US$ 20 bilhões com o país, o equivalente a R$ 83,4 bilhões. “A Venezuela não é um problema temporário. As atribulações políticas já existiam mesmo no governo de Chávez. Mas, pelo menos, ele pagava as contas”, afirmou o especialista ao jornal.
Caso seja decretado o estado de emergência econômica, o calote venezuelano nas empresas brasileiras poderá chegar a US$ 6 bilhões.