O sonho de comprar a casa própria fica a cada dia mais distante da realidade dos brasileiros, principalmente, os mais pobres. Após a Caixa Econômica Federal elevar pela 3ª vez ao ano a taxa de juros de financiamento, agora o governo Dilma planeja acabar com os subsídios do seguro habitacional no programa Minha Casa Minha Vida. Com isso, a prestação dos beneficiários ficará mais cara.
“Esta questão da Minha Casa Minha Vida nos assusta porque havia vários planejamentos de continuidade desse programa e foi muito reduzido, e agora pararam de subsidiar a questão do seguro. É mais uma dificuldade para aqueles que já estavam tentando ter sua casa própria, realizar seu sonho”, critica o deputado federal Caio Nárcio (PSDB-MG).
Segundo matéria do jornal O Globo, publicada nesta quinta-feira (12), os recursos do Fundo Garantidor da Habitação Popular (FGHAB) – criado em 2009 para recuperar o imóvel em caso de danos físicos por causa natural e quitar a dívida em caso de morte ou invalidez do mutuário – acabaram e são mínimas as chances de alterar a lei que criou o fundo para ampliar o limite de novos aportes. Ao todo, o FGHAB recebeu R$ 29,49 milhões do Tesouro Nacional no período. Os novos mutuários deverão contratar o seguro por conta própria no mercado ou na Caixa pela chamada “venda casada”.
Para o deputado mineiro, todas as benfeitorias garantidas pelo governo Dilma durante a campanha eleitoral não estão se concretizando no pós-eleição e, mais uma vez, o prejudicado é a população mais pobre que já enfrenta alta taxa de juros e inflação, além de inúmeros aumentos em gastos básicos de uma família, como alimentação, luz e gasolina.
“Estamos vendo aos poucos todas aquelas benfeitorias que foram feitas de cunho eleitoral se perderem nesse momento. O governo está reduzindo o bolsa-família, acabando o Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego), chegando a números inferiores ao Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), encerrando o Ciências Sem Fronteiras, acabou o programa Casa Melhor, reduziu o Minha Casa Minha Vida e agora, ‘para coroar a cereja do bolo’, tira também o subsídio do seguro. Quem fica mais uma vez prejudicado é a população. A tesoura do governo só corta o bolso do trabalhador e daqueles que mais precisam”, acrescentou.
Financiamento
Desde o início do ano, a Caixa vem adotando várias medidas para restringir o acesso ao financiamento imobiliário e já elevou por três vezes as taxas de juros para novos contratos de financiamento da casa própria. Desde 1° de outubro, a taxa para não clientes passou de 9,45% para 9,90% ao ano para compra de imóveis pelo Sistema Financeiro Habitacional (SFH). Já para os correntistas do banco e servidores públicos, as taxas subiram de 8,80% a 9,30% para 9,30% a 9,80% ao ano.