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Crise na indústria automotiva: Mais de 40 mil trabalhadores correm risco de demissão

volks_02_taubate_producaoBrasília (DF) – A crise instalada sob o governo da presidente Dilma Rousseff castiga cada vez mais áreas da economia. Agora é a vez da indústria automotiva, que está passando pelo pior momento dos últimos 25 anos. As montadoras estão com capacidade de produzir até cinco milhões de veículos por ano. Caso as projeções de piora em 2016 se confirmem, será o quarto ano seguido de queda nas vendas e o uso da capacidade deve ficar abaixo de 50%. As informações são do jornal O Globo deste domingo (17).

De acordo com a reportagem, no fim do ano passado, havia 5.100 metalúrgicos no chamado regime de lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho) e outros 35.600 no Programa de Proteção ao Emprego (PPE), redução da jornada de trabalho com consequente corte no salário. No total, 40.700 trabalhadores correm o risco de perder o emprego.

Em 2015, foram demitidos 14 mil, cerca de 10% da força de trabalho nas montadoras. Só no ABC Paulista, um dos polos da indústria automotiva, 11 empresas fecharam acordos de PPE, sendo três montadoras, cinco fábricas de autopeças, uma de estamparia automotiva, uma de robótica e duas de outros setores.

Levantamento do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) aponta que o recuo no setor contaminou outros ramos, que estão usando até 60% de capacidade, como máquinas e equipamentos (58%), metalurgia (60%), produtos de metal (54%) e outros equipamentos de transporte (59%). Juntamente com o setor automotivo, eles representam um quarto da indústria brasileira. Somente a cadeia do automóvel responde por 23% do PIB industrial e 5% da economia.

Recuo

Segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, o setor está dimensionado para produzir entre 4,8 milhões e 5 milhões de unidades ao ano, mas atualmente produz apenas 2,5 milhões de veículos. Em condições normais, o uso alcança perto de 70% da capacidade.

“Todo o investimento foi feito projetando um mercado de 5 milhões de veículos. Atualmente, o nível de produção recuou a 2006, enquanto o emprego equivale ao de 2010”, afirmou.

Assim como esse setor, outros da cadeia também não devem abrir vagas, como o de máquinas e equipamentos que, depois de demitir 40 mil operários em 2015, prevê cortar mais 20 mil este ano. Desde 2014, o quadro de pessoal ficou 20% menor.

Falhas

Na avaliação do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres, o governo falhou ao não exigir contrapartida de manutenção do emprego ao dar as desonerações:

“O governo abandonou o diálogo com os trabalhadores e deixou de lado a estratégia de implantar uma política de desenvolvimento e industrial. Decidiu oferecer desonerações ao setor automotivo, mas não exigiu contrapartidas com manutenção do emprego. E o resultado é a crise atual, a maior de nossa indústria”, lamentou.

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