Brasília (DF) – Além dos estragos na economia e no nível de confiança dos investidores, a crise da Petrobras também fez mais da metade dos trabalhadores de estaleiros no Rio Janeiro perderem os seus empregos. O setor naval já demitiu 14 mil pessoas no Estado só neste ano, reduzindo o número de seus empregados à metade. As informações são de reportagem desta terça-feira (15/12) do jornal O Globo.
Segundo a publicação, apenas ontem o estaleiro Eisa, na Ilha do Governador, demitiu 3 mil operários, e deve entrar com um pedido de recuperação judicial. De acordo com a Confederação Nacional dos Metalúrgicos, o total de vagas no segmento foi reduzido para 12 mil.
A situação também é preocupante no resto do Brasil. Do Rio Grande do Sul a Pernambuco, já foram demitidos 28 mil trabalhadores. É a pior crise que o setor naval enfrenta desde os anos 1980. Especialistas dizem que os problemas começaram no começo do ano passado, a partir dos desdobramentos da Operação Lava Jato.
Para o vice-presidente da Associação das Empresas Navais e Offshore de Niterói e São Gonçalo (Asscenon), Maurício Almeida, as perspectivas não são animadoras para o ano que vem.
“Essa crise já é maior que a dos anos 1980. O problema é que somos extremamente dependentes da Petrobras. Tudo está sendo cancelado. Não há uma perspectiva positiva. O ano de 2016 vai ser péssimo. Além disso, há a queda no preço do petróleo e a falta de credibilidade do país, que não consegue atrair investidores. Tudo aconteceu ao mesmo tempo”, disse ao jornal O Globo.