Brasília (DF) – O descontrole nos gastos da Petrobras e o envolvimento da empresa no escândalo deflagrado pela Operação Lava Jato obrigaram a direção da empresa a incluir a fatia de 36,1% no capital da petroquímica Braskem na lista de ativos à venda. O objetivo é levantar recursos. A participação da Petrobras na Braskem é avaliada em R$ 6 bilhões. As informações são de reportagem desta quinta-feira (14/01) do jornal O Globo.
De acordo com a publicação, a decisão da Petrobras de deixar o setor petroquímico veio após o governo da presidente Dilma Rousseff não aprovar uma operação de capitalização da estatal por meio do Tesouro, o que fez com que a empresa decidisse ser mais agressiva em sua política de “desinvestimento”.
A Petrobras corre contra o tempo para cumprir uma meta de US$ 14,4 bilhões em vendas de ativos em 2016, que seria fundamental para que a companhia consiga arcar com investimentos de US$ 20 bilhões previstos para este ano.
A empresa aposta ainda na venda de 49% das ações da Petrobras Distribuidora (BR), e de blocos e campos de petróleo. O problema é que a estatal tem tido dificuldades em encontrar interessados, diante da forte queda do preço do barril no mercado internacional.
Preço dos combustíveis
Por conta da fragilidade da estatal, a redução no preço dos combustíveis ainda está fora de cogitação, mesmo com os valores estando acima dos praticados pelo mercado internacional. Segundo o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), a gasolina vendida no Brasil pela Petrobras custa 26,8% mais que no mercado internacional, apesar da queda generalizada no preço do petróleo. O mesmo ocorre com o diesel, cujo preço no Brasil está 54,2% mais elevado.
Desde janeiro do ano passado, a gasolina vendida no país subiu 20,5%, passando de R$ 3,032 para R$ 3,654 o litro, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP).