O custo do crédito mais elevado e a menor demanda dos empresários, reflexos do ajuste fiscal praticado pelo governo Dilma, fizeram com que os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) encolhessem 28% em 2015. É o pior resultado desde 1996, ano em que as primeiras variações foram disponibilizadas.
Segundo matéria da Folha de São Paulo desta segunda-feira (25), os R$ 135,9 bilhões desembolsados pela autarquia representam os menores valores desde 2008, quando o valor foi de R$ 90,9 bilhões. Considerando as correções feitas pelo IPCA, seria o pior resultado desde 2007, ano em que o desembolso foi de R$ 107,5 bilhões.
A reportagem destaca que o Programa de Sustentação do Investimento (PSI), criado durante a crise econômica de 2009 e extinto no último dia 31 dezembro, é um dos principais responsáveis pelo recuo dos desembolsos. Isto acontece porque o programa sofreu diversos cortes em seu orçamento no ano passado por conta do ajuste fiscal do governo. Somente os s desembolsos do PSI apresentaram queda de 56% em 2015.
De acordo com os dados divulgados pelo BNDES, o setor que mais sofreu foi o de comércio e serviços, que teve recuo de 41% – os desembolsos totais foram de R$ 30,5 bilhões. Em valores totais, os desembolsos para o setor de infraestrutura são os mais representativos: R$ 54,9 bilhões em 2015, o que representa uma acentuada queda de 20%. Telecomunicações, com 60% de queda, e construção, com 18%, são outros ramos de destaque que tiveram elevados resultados negativos.
O estudo indica, ainda, que as projeções para os desembolsos em 2016 não são nada positivas. As consultas ao banco sobre novos financiamentos – primeira etapa do processo de pedido de empréstimo e que uma espécie de termômetro do BNDES para projeções sobre futuros desembolsos – caíram R$ 124,6 bilhões. Os empréstimos já aprovados também sofreram retração, com queda total de 47%.