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Economistas acreditam que crise econômica deve se estender para 2017 no país

dinheiro_calculadora-economia EBCA crise econômica do Brasil atravessará 2016 e afetará o país no próximo ano. Economistas ouvidos pelo jornal Correio Braziliense acreditam que a recessão vai contaminar 2017 e a inflação só alcançará a meta de 4,5%, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em 2019. As informações são de reportagem do Correio Braziliense desta terça-feira (12).

Para o deputado federal Marcus Pestana (PSDB-MG), o governo do PT, tendo à frente a presidente Dilma Rousseff, ficará conhecido na história brasileira como o pior em termos de desenvolvimento econômico. “[A gestão Dilma] desorganizou as contas públicas, perdeu a credibilidade e a confiança, e se instalou o pior dos mundos: inflação alta com recessão, uma verdadeira depressão econômica que repercute na queda de investimento e no aumento do desemprego”.

De acordo com o tucano, o Brasil precisa de mudanças profundas para a retomada dos investimentos e “esse governo não tem mais condições de liderar um processo de reformas para que a economia brasileira recupere o dinamismo e suas perspectivas de crescimento”. “É importante frisar que essa crise não é de natureza internacional. Não é verdade que a crise venha de fora. Foi criada dentro das nossas fronteiras por um governo que pecou e errou muito na condução da economia, levando o Brasil a sacrifícios desnecessários e a consequências muito graves para gerações futuras”.

Segundo o jornal, as previsões do mercado vão de mal a pior porque o governo está perdido. Adriano Gomes, sócio-diretor da Méthode Consultoria ouvido pelo Correio, avalia que o único instrumento que sobrou para controlar a inflação foi a taxa de juros. “Não existe mais o tripé de políticas fiscal, monetária e cambial. A fiscal já está desacreditada. A cambial se esgotou. Sobrou a taxa de juros. Mas, com o BC [Banco Central] trabalhando sozinho, é difícil acreditar em melhora”, explicou.

Ainda conforme a matéria, apesar de o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, afirmar que prioriza o ajuste fiscal, a gestão Dilma prepara um pacote de expansão do crédito para estimular a economia. “É um contrassenso. De um lado, o BC tenta tirar moeda do mercado. De outro, a Fazenda sinaliza com aumento do crédito. Como estratégia, é muito ruim. É um sinal de desorientação”, avaliou José Kobori, professor de Finanças do Ibmec/DF, ao Correio. “Para complicar, enquanto permanecer a indefinição política, a economia vai continua em deterioração. Se a paralisia na agenda perdurar, teremos PIB negativo também em 2017.”

“O governo não tem uma estratégia clara que sinalize para a sociedade, economia e investidores qual é o caminho, o rumo e a política econômica é contraditória, inconsistente. Não há por parte da presidência da República explicitação clara dos rumos e o caminho a percorrer, por isso o Brasil hoje não goza de credibilidade e confiança”, criticou Marcus Pestana, ressaltando que o ministro Nelson Barbosa tem uma tendência expansionista e é um dos grandes responsáveis pela “aventura”, como o tucano definiu a política da nova matriz econômica. “Um quadro de crescimento artificial com base em subsídios, gastos elevados muito acima das possibilidades, a desorganização das contas públicas, política de crédito que sacrificou no fundo o conjunto da sociedade para beneficiar poucos”, acrescentou.

Boletim Focus

No primeiro Boletim Focus do ano, divulgado nesta segunda-feira (11), com as projeções das 100 maiores instituições financeiras do país, a estimativa para a inflação em 2016 subiu de 6,87% para 6,93%. De acordo com o jornal, com a velocidade da alta de preços em 2015, a inércia inflacionária e a previsão de novos reajustes de preços administrados, como transportes e energia, o mercado acredita também no aumento do custo de vida e no recuo do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, que deverá ser maior que o esperado, atingindo 2,99%, ante uma previsão de 2,67% há um mês. Para 2017, a projeção de expansão da economia ainda se mantém, mas caiu de 1% para 0,86%, reforçando que a recessão pode avançar também no próximo ano.

Para o deputado Marcus Pestana, o único caminho para a mudança efetiva da recessão no país é a saída da presidente Dilma do poder. “Um dos problema centrais, talvez a mais importante, seja a falta de liderança e clareza estratégica que no Brasil sempre partiu da presidência da República. Essa nova matriz econômica, que desorganizou a economia brasileira, se iniciou no governo Lula, todo esforço foi feito para eleger em 2010 a presidente Dilma e depois sua reeleição em 2014. Essa busca do poder a qualquer preço levou ao governo uma estratégia irresponsável e a sociedade não enxerga qual é o rumo que o governo está propondo para o país”.

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