A expectativa dos analistas é de que a inflação vai extrapolar mais uma vez o teto da meta em 2016, estabelecido em 6,5%. O patamar esperado é de 7%. As informações foram publicadas em matéria veiculada neste sábado (9) no jornal O Estado de S. Paulo.
O analista da consultoria Tendências Silvio Campos Neto, acredita que o IPCA deve ficar em 7% em 2016, mesmo com queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 3%. Ele atribuiu o índice à “inércia muito grande na economia, motivada em grande medida por mecanismos informais e formais de indexação, vinculados, por exemplo, ao salário mínimo”.
De acordo com Neto, o atual quadro inflacionário deve levar o Banco Central a iniciar no dia 20 um ciclo de alta de juros, com uma elevação de 0,50 ponto porcentual, que será repetida em 2 de março e será encerrado com um incremento de 0,25 ponto porcentual na reunião de 27 de abril.
O economista sênior do Haitong Flávio Serrano também acredita que haverá uma forte pressão inercial da inflação de 2015 no primeiro semestre. Para ele, “a piora de expectativa do mercado para a inflação de 2016, iniciada em julho do ano passado, é um quadro negativo que pressiona o indicador”. Serrano conclui dizendo que a atividade fraca da economia deve limitar a alta do IPCA durante o ano.