O senador Aécio Neves, pré-candidato do PSDB à Presidência da República, concedeu entrevista à rádio Tribuna Band News FM nesta quinta-feira (5). Em 20 minutos de conversa com os apresentadores Nonato Albuquerque e Ariane Cajazeiras, além com as jornalistas Isabela Martin e Dina Sampaio, o ex-governador de Minas Gerais falou sobre os principais temas de sua campanha.
Inflação
Para Aécio Neves, o erro da gestão petista é focar no teto da meta de inflação e não no centro. Lembrou que o descontrole inflacionário castiga os mais pobres e que Fortaleza está entre as capitais com maior aumento nos preços de alimentos.
Para manter o equilíbrio, é necessário que o governo evite desperdícios e corte gastos desnecessários, afirmou o pré-candidato, que se compromete a acabar com metade dos 39 ministérios existentes em Brasília.
Segurança
“A questão da segurança pública será uma prioridade absoluta na nossa campanha e no nosso governo. O Brasil, infelizmente, não tem uma política nacional de segurança. Para se ter uma ideia, 87% de tudo o que se gasta em segurança no Brasil hoje vem dos estados e municípios, e apenas 13% vêm da União”, disse Aécio, que considera injusta essa distribuição, já que o governo federal tem a responsabilidade constitucional de controlar as fronteiras, o tráfico de drogas e de armas.
Como proposta, o senador afirma que irá transformar o Ministério da Justiça em “Ministério da Segurança Pública” e impedir o contingenciamento dos recursos da segurança. “Para se ter uma ideia, nesses últimos três anos da presidente Dilma, apenas 35% de tudo o que foi aprovado no Orçamento da União para segurança pública foi investido. Os restantes 65% foram utilizados para fazer superávit primário”.
Bolsa Família
Aécio Neves afirmou que os programas de transferência de renda “têm DNA” nas gestões do PSDB, com os programas Bolsa-Escola, Bolsa-Alimentação e Vale-Gás, criados no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e depois ampliados e reunidos sob o nome de Bolsa Família na gestão de Luís Inácio Lula da Silva.
Para o senador, esses programas são uma realidade econômica e essencial que não pode ser alterada: “O Bolsa Família continuará existindo no governo do PSDB e será ainda aprimorado. Apresentei projeto que transforma o Bolsa Família em programa de Estado, quer dizer, qualquer seja o próximo governo o programa continua, para acabar com o esse terrorismo eleitoral que setores do PT fazem toda véspera de eleição”.
Seca
Na entrevista, Neves criticou os atrasos de obras como a transposição do Rio São Francisco e a ferrovia Transnordestina, que fariam parte de “um cemitério de obras inacabadas e com sobrepreço por toda a parte”.
O pré-candidato acredita que é necessário melhor planejamento, estabelecendo prioridades, custos e prazos. “Não existe maior desperdício de recursos públicos do que uma obra mal planejada e que fica no meio do caminho, que não termina, porque você gasta o dinheiro e o benefício não vem. O Brasil precisa de planejamento, de eficiência – e me permita dizer – de decência na vida pública, coisa que anda faltando nesse governo do PT”.
Aécio promete ainda um novo pacto onde o Fundo de Participação para Estados e Municípios seja aumentado.
Protestos
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Sobre os protestos que acontecem desde o ano passado, Aécio afirma que devem ser estimulados, quando pacíficos, pois são “absolutamente legítimos”, mas que devem ser condenados quando adotam a violência.
Para ele, o principal motivo de insatisfação para o brasileiro “é a incapacidade do governo de criar uma consonância entre aquilo que promete e aquilo que entrega. Na última campanha, a presidente disse que iria construir seis mil creches no Brasil. Em 2013, que seriam oito mil creches. Entregaram 600 até agora… Em relação à saúde, diziam que iriam entregar 500 unidades de pronto atendimento. Não entregaram sequer 50. Recursos para o sistema prisional brasileiro, do que foi aprovado no Congresso, apenas 10% foi efetivamente investido”.
Petrobras
O senador Aécio Neves disse que os escândalos na Petrobras emolduram o conjunto de “falhas na administração” e “descompromisso com a responsabilidade”. “O que fizeram com a Petrobras é um tapa na cara do brasileiro. É hoje um instrumento de caixa de campanha eleitoral para aqueles que querem se manter no poder.”
Sobre as acusações a respeito de uma possível privatização da estatal, Neves rebate: “Nos vamos reestatizar a Petrobras, tirá-la das garras de um grupelho político que se apoderou dela e devolvê-la aos brasileiros”.
Copa
No final, para descontrair, Aécio foi indagado a dar um palpite sobre a Copa do Mundo. Para ele, o Brasil é favorito junto com Alemanha, Argentina e Espanha. Mas para não perder a oportunidade, disse torcer para uma dupla vitória do Brasil: “Na Copa, com a seleção; e em outubro, com a oposição vencendo as eleições”.
Convites
Essa foi a primeira de uma série de entrevistas com pré-candidatos à Presidência para as eleições de outubro, feitas pela Tribuna Band News FM (101.7). Também já foram convidados a presidente Dilma Rousseff (PT), e o ex-governador de Pernambuco, Eduardo campos (PSB).