Em 2014, quando o atual ministro da Casa Civil, Jaques Wagner (PT), ainda era governador da Bahia, ele nomeou Manuel Ribeiro Filho, ex-diretor da OAS, para a Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Estado. Dois meses depois da indicação de Ribeiro foi concluída a licitação que deu à OAS a implantação da Linha Vermelha – obra que inclui a construção da avenida 29 de março e duplicação da avenida Orlando Gomes, em Salvador. O valor da obra foi de R$ 584 milhões. As informações são da matéria publicada hoje (14) no jornal a Folha de S. Paulo.
O elo entre o ministro e a empresa está sendo investigado pela Operação Lava-Jato. A força-tarefa da Polícia Federal apurou que mensagens de texto do celular ex-presidente e sócio da OAS José Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro, indicam que Wagner tratou de doações para a campanha do PT em Salvador em 2012. O então candidato, Nelson Pelegrino, recebeu R$ 850 mil da empresa.
A licitação da Linha Vermelha foi conduzida pela Conder, estatal ligada à secretaria e que tinha Ribeiro Filho como presidente do Conselho de Administração.
Entre as cinco maiores obras de infraestrutura iniciadas no governo de Jaques Wagner, três delas foram ou estão sendo tocadas pela OAS: a Arena Fonte Nova (com a Odebrecht), a Linha Vermelha e a Via Expressa Baía de Todos-os-Santos.
A OAS, com Odebrecht e Camargo Corrêa, também participou da elaboração do projeto para construção da ponte Salvador-Itaparica, uma obra de R$ 7 bilhões que ainda não foi licitada. Em 2010, a empreiteira doou R$ 1,5 milhão à campanha de Wagner e, em 2014, R$ 4,2 milhões à de seu sucessor, Rui Costa (PT).
Além de Ribeiro, Wagner nomeou outro ex-diretor da OAS: o então diretor da Casa Civil, Bruno Dauster, responsável pela modelagem da licitação do metrô.