Brasília (DF) – A ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra admitiu, em depoimento à Polícia Federal em dezembro, que seu escritório de advocacia atuou conjuntamente com o do advogado José Ricardo da Silva, preso na Operação Zelotes, enquanto ele ainda integrava o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), ligado ao Ministério da Fazenda. As informações são de reportagem desta quarta-feira (27/01) do portal G1.
Segundo a publicação, a ex-ministra, que ocupou a Casa Civil de abril a setembro de 2010, durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, prestou depoimento no inquérito que apura a compra de medidas provisórias que beneficiaram o setor automotivo.
No depoimento, Erenice negou que tenha recebido propina para intervir nas medidas provisórias, mas admitiu que atuou conjuntamente com o advogado preso para solucionar uma grande dívida da empresa chinesa Huawei, que acabou justamente no Carf.
Perguntada se considerava ética a contratação de advogados para atuar no mesmo órgão em que eram conselheiros, caso de José Ricardo da Silva, Erenice afirmou que conversou várias vezes com ele sobre o assunto, mas o advogado insistiu que não havia impedimento algum.
Erenice Guerra disse ainda que seu irmão e sócio no escritório de advocacia, Antonio Eudacy Alves de Carvalho, pediu a ela para que ajudasse na nomeação de José Ricardo para o conselho do Carf. Ela só teria se lembrado de ter recebido o pedido quando, após deixar o cargo de ministra, teve o seu sigilo de emails quebrado em uma investigação sobre tráfico de influência. O inquérito foi arquivado.