
Em comparação com os outros países que compõem o Brics, o Brasil possui muito menos convênios bilaterais. São 31 acordos brasileiros contra 99 da China, 96 da Índia, 73 da África do Sul, 71 da Rússia, e mesmo o México, que não integra o bloco, tem mais parcerias que o Brasil, somando 53.
O deputado federal Eduardo Cury (PSDB-SP) acredita que a ausência desses acordos pode ter uma origem ideológica. “O governo brasileiro tem privilegiado países que tenham a ditadura de esquerda e que na verdade tem pouco a acrescentar em termos de transações comerciais com o Brasil. Nós estamos perdendo mercado nas nossas relações com a Europa, com a América do Norte, com a China, devido a essa diretriz equivocada do governo atual”, disse.

Cury afirma que o Mercosul tem atrapalhado mais do que ajudado o país nas relações exteriores. “Essa trava do Mercosul tem ajudado pouco o Brasil porque não permite que a gente faça acordo com outros blocos. Isso faz com que as empresas multinacionais e também empresas brasileiras tenham custos mais elevados que os concorrentes ao redor do mundo”, explicou.
O parlamentar conclui dizendo que se as multinacionais têm dificuldades em realizar transações com o Brasil elas acabam direcionando esses recursos para países em que existam facilidades de implantação e mercados mais competitivos. “As empresas não perdem: quem perde é o Brasil. Se o governo brasileiro não mudar rapidamente essa política comercial e de relações exteriores, visando a proteção de quem investe no Brasil, a situação econômica, que já está grave, vai se deteriorar ainda mais com a perda dos investimentos e com o encarecimento dos produtos feitos aqui no Brasil”.
O estudo feito pela CNI sugere mudanças para futuras negociações. Uma das sugestões é reduzir a tributação de juros na fonte em operações de obras para infraestrutura, empréstimos de longo prazo e bens de capital. Hoje, o Brasil tem US$ 316 bilhões como estoque de investimento no exterior.