O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou nesta quinta-feira (10) uma pesquisa que mostra os gastos das famílias brasileiras com a saúde. Os dados revelaram que dos 8% do Produto Interno Bruto (PIB), equivalente a R$ 424 bilhões gastos com bens e serviços de saúde em 2013, R$ 234 bilhões (4,4%) couberam às famílias. A administração pública arcou com apenas R$ 190 bilhões, o equivalente a 3,6% do PIB, conforme matéria publicada hoje (11) pelo jornal Correio Braziliense.
De acordo com a pesquisa, o governo gastou R$ 149,9 bilhões com hospitais públicos e R$ 31,9 bilhões com o Sistema Único de Saúde (SUS). O gerente de Bens e Serviços da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE, Ricardo Moraes, destacou que os gastos com planos de saúde nas famílias subiram de 75,9% para 77,9% (R$ 141 bilhões) de 2012 para 2013. Já os custos com medicamentos diminuíram de 22,5% para 20,6% (R$ 78,6 bilhões) de um ano para o outro.
O consultor da DXI Planejamento Financeiro Ivens Filho, considerou os dados alarmantes, pois, evidencia a ineficiência do governo nessa área. Para ele, a saúde é um problema sistêmico e as verbas destinadas para o setor estão sendo aplicadas de forma equivocada. “O setor de saúde é um exemplo perfeito da incapacidade do governo de alocar recursos de forma eficiente”, disse.
Ivens chama a atenção para o fato de que, com o aumento do desemprego e a diminuição de renda, mais pessoas possam vir a depender do sistema público de saúde. Na sua opinião, com a crise econômica, as empresas podem cortar os planos de saúde empresariais, ou optar por um plano mais básico e isso pode pesar no orçamento nas classes de menor poder aquisitivo.