Após o Banco Central admitir que não entregará a inflação de 2016 dentro da meta, estimada em 4,5%, a presidente Dilma Rousseff terá cumprido seis anos de mandato sem conseguir conter os aumentos anuais do custo de vida, que corroem a renda do cidadão.
O presidente do BC, Alexandre Tombin, pode ser obrigado a se submeter ao constrangimento de escrever, por dois anos seguidos, cartas ao ministro da Fazenda para explicar o fato de a carestia ter superado o teto de tolerância para inflação, de 6,5%.
As chances dessa situação se repetir em janeiro de 2017 são grandes,conforme reportagem publicadas na edição desta sexta-feira (23) no jornal “Correio Braziliense”.
Com o aumento do dólar e o encarecimento da energia elétrica, as empresas serão obrigadas a repassar os custos para produtos e serviços, mesmo com a economia em frangalhos. Assim, o IPCA deverá chegar ao fim 2016 mais próximo de 7%.
Na avaliação do economista-chefe da INVX Global Partners, Eduardo Velho, sem a execução do ajuste fiscal, a inflação do próximo ano caminha para um piso de 7%.
Para Eduardo Velho, o governo enfrenta uma crise de credibilidade que impede uma melhora do cenário macroeconômico. “Quando eles sinalizam que deixaram o regime de metas anuais e dizem que vão trabalhar com um horizonte maior, criam mais desconfiança. Somente em países com inflação baixa e forte reputação foi possível consolidar esse modelo”, acrescentou.