O Palácio do Planalto tenta proteger o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, do processo pelas pedaladas fiscais no Tribunal de Contas da União (TCU), segundo reportagem publicada nesta segunda-feira (4) pelo jornal O Estado de S. Paulo. O motivo para a tentativa de blindar Barbosa é que, caso o ministro seja condenado, uma das possíveis penalidades é a inabilitação para o serviço público, o que exigiria demissão imediata.
O deputado federal Nelson Marchezan (PSDB-RS) classifica que o episódio revela como governo tenta criar estratégias para escapar das responsabilidades sobre a manobra fiscal. “O governo da presidente Dilma, a cada semana, toma uma direção e já não tem mais quadros que estejam imunes às acusações da Lava Jato, do mensalão. Já não há, por parte deles, apetite para resolver os principais problemas do Brasil”, observa.
Marchezan acredita que Nelson Barbosa foi um dos mentores das pedaladas. “O ministro já foi avaliado pela economia, pelo mercado, pelos investidores, pelos empresários e pela população brasileira. Todos nós já sabemos onde vai acabar isso. A condenação seria apenas uma consequência formal de todo o trabalho de investigação feito até aqui”, espera.
Reformas
O deputado tucano defende a urgência de se fazer as reformas necessárias para a recuperação da credibilidade que o Brasil precisa. “É preciso resgatar os investidores estrangeiros e os nacionais para reorganizar as contas públicas e realinhar a econômica brasileira. Mas com a atual administração da presidente Dilma, dificilmente haverá uma recuperação. Se os analistas previam uma situação ruim para este ano, agora nós já temos certeza que 2016 vai continuar a colocar o Brasil em um caminho em direção ao fundo do poço para 2017 e 2018”, lamenta.
Até março, o TCU vai realizar a última parte do julgamento do caso e definir a atribuição de responsabilidade para cada uma das 17 autoridades do governo arroladas no processo, conforme informações da matéria do Estadão.
São alvo dos processos, segundo o jornal, os presidentes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, do Banco Central, Alexandre Tombini, e da Petrobras, Aldemir Bendine, além do ex-presidente da Caixa, Jorge Hereda, hoje secretário de Desenvolvimento Econômico na gestão do governador petista Rui Costa, na Bahia. Estão citados ainda a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campelo, e o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, entre outros.