A gráfica Souza & Souza, contratada para a campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição em 2014, está sendo investigada e pode ter servido de fachada para desvios de recursos para o PT na disputa eleitoral. O estabelecimento é alvo de processo no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), movido pelo PSDB, para investigar supostas irregularidades durante a campanha da presidente.
Situada em um imóvel na zona leste de São Paulo, a Souza & Souza recebeu aproximadamente R$ 1,7 milhão por serviços prestados à campanha de Dilma. A empresa possui apenas 1 máquina e uma guilhotina para cortar papéis. Seu dono é um ex-sindicalista e ex-deputado estadual pelo PT, Francisco Carlos de Souza, conhecido como Chico Gordo.
A gráfica emitiu cinco notas fiscais para a campanha de Dilma, de R$ 90,5 mil a R$ 670 mil. De acordo com Souza, o serviço prestado foi a impressão de 34 milhões de unidades impressas, entre folders, folhetos e cédulas. As informações são de matéria publicada hoje (18) no jornal Folha de S. Paulo.
O advogado de Souza, Luís Carlos, informou ao jornal que para dar conta da demanda no período da campanha eleitoral, a gráfica subcontratou outras empresas. Ele disse, também, que a Souza & Souza tinha outra máquina que foi vendida logo após a campanha. Souza não informou o nome das outras empresas subcontratadas.
Para o advogado do PSDB, Flávio Henrique Pereira, há indícios que podem ajudar a configurar crimes como abuso de poder econômico e falsidade ideológica eleitoral.
Outras duas gráficas que forneceram serviços à campanha da presidente já são investigadas pela Polícia Federal por supostas irregularidades.