Um dos reflexos negativos da desastrosa política econômica do governo Dilma na vida do trabalhador brasileiro, a disparada da inflação corroeu o aumento real de salário da maioria das categorias em 2015. Os trabalhadores receberam aumento apenas 0,16% acima da inflação, de acordo com os dados do Salariômetro, levantamento realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) desde 2007.
Segundo matéria publicada pelo jornal O Globo nesta sexta-feira (22), apesar de algumas categorias terem conseguido reajustes no início do ano, a inflação de dois dígitos no segundo semestre fez com que os aumentos concedidos ficassem quase 1% abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), parâmetro usado nas negociações trabalhistas. Levando-se em conta o INPC acumulado de 12 meses, os trabalhadores tiveram uma perda real de 0,97%.
Para Hélio Zylberstajn, professor da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do Salariômetro, o resultado negativo é reflexo da junção do agravamento do quadro recessivo com a inflação no país. “A recessão força as empresas a controlarem seus custos. Elas vão para a mesa de negociação com uma posição bem menos generosa”, salientou.
O estudo aponta, ainda, que 244 empresas reduziram salários no Brasil em 2015, um enorme salto em relação às quatro empresas que tomaram a mesma atitude em 2014. Para 2016, o quadro deve continuar muito complicado para o brasileiro, na avaliação do coordenador da pesquisa. “Minha percepção é que os aumentos reais vão continuar raros, apesar da inflação mais baixa, por causa da recessão”, opinou.