A inflação oficial do país, medida pelo IPCA, fechou 2015 com uma alta de 10,67%. É o maior crescimento inflacionário registrado no país desde 2002, quando o índice era de 12,53%. O valor está muito acima do teto da meta do governo prevista para o período, de 6,5%. Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (8).
O índice dobrou desde a posse da presidente Dilma Rousseff. Em 2012, a inflação medida pelo IPCA era de 5,84% – quase a metade do atual patamar.
Para o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), o Brasil chegou nesse índice por “incompetência no gerenciamento da macroeconomia”. Ele ressalta que a inflação é um termômetro econômico, por isso já se pode falar em depressão na economia do país.
“Chegamos à depressão, que é o pior sintoma da economia em todo o mundo. A presidente Dilma não tem condições de fazer nada pela economia brasileira. Quando ela pegou o governo, a inflação estava na metade. Ela conseguiu dobrar a meta da inflação em cinco anos de mandato. É um desastre total”, disse.
O deputado disse que a inflação é a pior inimiga dos trabalhadores, o que demonstra a incapacidade do governo Dilma de controlar a crise. “A inflação corrói salario, ela destrói a moeda. Atrás da inflação vem a taxa de juros e a perda do poder aquisitivo das famílias”, explica.
A expectativa do mercado é que o Banco Central eleve os juros básicos (Selic), hoje em 14,25% ao ano, na sua primeira reunião de 2016, ainda neste mês. Pelo Boletim Focus, economistas projetam inflação de 6,87% em 2016, também acima do teto da meta.
Para especialistas, os preços administrados pelo governo estão entre as principais razões da escalada da inflação este ano. São produtos e serviços como energia elétrica (51%), gasolina (20,10%) e taxa de água e esgoto (14,75%).
Entre os grupos que ajudaram a impactar o aumento da inflação em 2015 estão habitação (18,31%), transportes (10,16%,) e alimentos (12,03%).