Brasília (DF) – O edifício Solaris, no Guarujá, onde fica localizado um tríplex que é vinculado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua esposa, Marisa Letícia, agora integra uma lista de 11 apartamentos que o Ministério Público Federal suspeita que tenham sido usados para lavagem de dinheiro de contratos da Petrobras. Para a Polícia Federal, as unidades do edifício têm “alto grau de suspeita quanto à sua real titularidade”.
Segundo reportagem publicada nesta quinta-feira (28/01) pelo jornal O Globo, a 22ª fase da Operação Lava Jato deflagrada ontem (27), chamada Triplo X, irá investigar todos os apartamentos e pessoas ligadas ao empreendimento, já que para o procurador da República Carlos Fernando Lima, houve um interesse especial da OAS para concluir os apartamentos do edifício.
Em nota no Facebook, Lula afirmou que sua família comprou a prestações uma cota da Bancoop para um apartamento onde hoje é o edifício Solaris, só que a família não pagou a diferença entre o valor da cota e o do imóvel. O edifício Solaris foi transferido da Bancoop para a OAS em 2009.
Pelos menos oito dos 11 apartamentos investigados pela Polícia Federal seguem em nome da OAS. Apesar da empresa descartar irregularidades, um relatório da PF diz que há “manobras financeiras e comerciais complexas” envolvendo a OAS, a Bancoop e pessoas ligadas ao PT. O texto diz ainda que as unidades podem ter sido repassadas “a título de propina pela OAS em troca de benesses junto aos contratos da Petrobras”.
Vale lembrar que a OAS já teve seus principais executivos condenados na Operação Lava-Jato por corrupção. A Bancoop também é investigada pelo Ministério Público de São Paulo por estelionato contra os cooperados, que teria sido praticado pelo ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e pelo ex-presidente da empreiteira, Léo Pinheiro.