As linhas de transmissão de energia elétrica que serão licitadas neste ano não devem entrar em operação no prazo considerado adequado para a segurança do abastecimento. A previsão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é leiloar quase 13 mil quilômetros de linhas, além de 35 subestações, ao custo de R$ 24 bilhões, em 2016. A redução de atrasos em obras do setor de energia no Brasil é mais uma promessa do governo Dilma que não saiu do papel.
De acordo com matéria do jornal Folha de S.Paulo desta sexta-feira (8), as obras são necessárias para escoar energia de novas usinas, atender à futura expansão do consumo, além de aumentar os volumes de eletricidade que podem ser transacionados entre as regiões do país. No entanto, com as dificuldades para viabilizar os leilões fizeram com que a agência estabelecesse prazos maiores para atrair interessados. Com isso, o novo prazo estipulado pelo edital não atende à necessidade estabelecida pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), responsável por definir a necessidade de transmissão, e pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) – que planeja as rotas para as linhas.
Conforme matéria da Folha, há uma diferença de prazo de até cinco anos nos leilões previstos para este ano. Para se ter uma ideia, linhas e subestações menores, que o ONS considerava necessários a partir deste mês, ficarão prontas apenas em 2021, segundo o edital. Outro exemplo é uma linha subterrânea de 30 km, no interior de São Paulo, que deveria entrar em operação em março deste ano, mas será concluída em 2020 (sem considerar eventuais atrasos e imprevistos nas obras).
De acordo com o mais recente relatório de fiscalização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), divulgado em dezembro, 62,32% das linhas em construção no país não ficarão prontas na data originalmente prevista, 27,2% estão dentro da normalidade e apenas 9,63% dos projetos estão adiantados. Os atrasos já afetam, segundo a Folha, o escoamento de grandes usinas na Amazônia, como Belo Monte, e o fornecimento durante a Olimpíada do Rio.