As investigações da Operação Lava-Jato colocam mais um ministro da presidente Dilma Rousseff entre os possíveis intermediários de negócios entre os fundos de pensão e a construtora OAS. Desta vez, Edinho Silva, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, aparece em conversas com o empreiteiro José Aldemário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro.
As autoridades interceptaram trocas de mensagens entre os dois em que Léo Pinheiro pede ajuda a Edinho para organizar uma reunião com presidentes de fundos ligados a estatais, como o Petros, dos funcionários da Petrobras, Previ, dos servidores do Banco do Brasil, além da Funcef., da Caixa Econômica Federal. As informações são da matéria publicada hoje (18) pelo site da revista VEJA.
Na reunião, estiveram presentes Aloizio Mercadante, atual ministro da Educação, Dan Conrado, à época presidente da Previ, Carlos Alberto Caser, presidente da Funcef e Carlos Fernando Costa, que era diretor da Petros. No encontro, entre outras questões, teria sido discutida a inauguração do novo terminal do aeroporto de Guarulhos com a presença de Dilma.
O terminal é uma obra do Invepar, consórcio que tem como acionistas a OAS e as três empresas de fundos de pensão. Uma dessas parcerias é alvo de investigação da CPI dos Fundos de Pensão, que apura o rombo bilionário em quatro companhias previdenciárias.
A força-tarefa investiga a liberação de R$ 10 milhões da Funcef para a construção de um complexo de hotéis, shoppings e centros comerciais na base eleitoral de Edinho, quando prefeito de Araraquara (SP). O recurso foi autorizado em 2009.
Edinho Silva é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por irregularidades durante a última campanha da petista patrocinada com recursos da OAS.
As trocas de mensagens revelam uma série de encontros entre os dois e ainda indica datas e valores de repasses feitos pela OAS à campanha eleitoral de 2014. Nas apurações, com base em prestações de contas, consta a doação de R$ 20 milhões da empreiteira à campanha petista.
Edinho disse que jamais intermediou qualquer reunião entre o empreiteiro e o ministro Aloizio Mercadante e nada respondeu sobre os presidentes dos fundos de pensão. Sobre Léo Pinheiro, o ministro afirmou que mantinha relações institucionais com vários empresários entre eles o ex-presidente da OAS.