Analistas de mercado revisaram a projeção esperada da inflação para este ano e a expectativa é mais uma alta, passando de 6,93% para 7%. Em dezembro do ano passado, a previsão era de 6,87%. É o que aponta o último boletim Focus, divulgado pelo do Banco Central (BC) nesta segunda-feira (18).
Em 12 meses, a projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) saiu de 6,79% para 6,83%. A previsão da inflação em 2017 também foi revista de 5,20% e deverá chegar a 5,40%.
Para o deputado federal Samuel Moreira (PSDB-SP), a deterioração dos indicadores econômicos do Brasil se deve à falta de credibilidade do governo Dilma, que não possui uma política sólida de ajuste fiscal. “É um governo que vem gerando déficit público nos últimos anos. Em 2014, 2015, todo mundo acompanhou, gastou mais do que arrecadou, não tem um projeto que dê tranquilidade para investidores e para a sociedade. Evidente que a inflação não fique no patamar que está hoje, mas havia uma expectativa que retomasse aos índices do centro da meta e agora, mais uma vez, passará o teto da meta. Isso é gravíssimo. A presidente Dilma está completamente sem rumo, não fala com a sociedade, não explica o porquê e estamos nessa situação de imprevisibilidade”.
De acordo com matéria do jornal Valor Econômico, com a atualização das expectativas para a inflação, os analistas acreditam que o Comitê de Política Monetária (Copom) elevará a atual taxa básica de juros de 14,25% para 15,25% até o fim deste ano. O colegiado deverá se reunir, pela primeira vez neste ano, nesta terça e quarta-feira. Já para 2017, os analistas previam a Selic em 12,75% e agora esperam 12,88%.
O jornal afirma que, entre os analistas “Top 5” – aqueles que mais acertam as projeções – a expectativa é que a inflação alcance 7,54% neste ano, em vez de 7,49% como estimado no relatório anterior, e corresponda a 5,50% em 2017. Eles veem a Selic em 15,38% no fim deste ano e em 13% no encerramento do próximo. As estimativas anteriores estavam em 15,25% e 12,75%, respectivamente, segundo o Valor.
O relatório da Focus mostra ainda que a retração do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016 segue em 2,99%. A estimativa para 2017 saiu de crescimento de 0,86% para 1%. A produção industrial permanece como principal setor responsável pelas previsões para o PIB em 2016 e 2017.