Brasília (DF) – A tragédia que acometeu Mariana e cidades próximas de Minas Gerais e Espírito Santo pode ter proporções ainda maiores. Responsável pela barragem do Fundão, que rompeu no último dia 5, a mineradora Samarco admitiu nesta terça-feira (17/11) que há o risco de outras duas barragens, a de Santarém e a Germano, se romperem em Minas. As informações são de reportagem desta quarta-feira (18/11) do jornal O Globo.
Segundo o Ibama, o mar de lama que está destruindo o Rio Doce e deixando milhares de pessoas sem água deve chegar ao oceano nesta sexta-feira. Em entrevista coletiva, representantes da mineradora disseram estar trabalhando em obras emergenciais para diminuir o perigo de acidente. Vale lembrar que, até ontem, a empresa negava o risco de novos rompimentos.
Para o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), as autoridades e os responsáveis pelos danos têm que agir coordenadamente para solucionar o problema. Ele lamentou, mais uma vez, a perda de vidas e os transtornos causados pelo desastre ambiental.
“As autoridades responsáveis, que estão na esfera municipal, estadual e federal, têm que agir de modo coordenado para agora recuperar, em primeiro lugar, a qualidade de vida das pessoas, das famílias atingidas, inclusive dando a essas pessoas meios dignos de moradia, de alimentação e de renda”, afirmou.
O parlamentar destacou ainda a importância da recuperação física dos terrenos atingidos e da qualidade das águas da bacia do Rio Doce, que foram “gravemente danificadas”.
“Evidentemente, existem critérios técnicos que têm que ser seguidos pelas autoridades, pelos órgãos técnicos, mas faço votos de que a ação coordenada das entidades do governo e a participação ativa da empresa responsável possa contribuir, a curto e a médio prazo, para a recuperação de todo esse lamentável episódio”, considerou.
Projeto de Lei
Para garantir que o valor das multas impostas por infração ambiental seja remetido, em sua totalidade, para os municípios atingidos, Anastasia protocolou, nesta terça no Senado, um novo projeto de Lei, o PLS 741/2015. Atualmente, nenhum dispositivo legal garante essa destinação.
“Acredito que esse projeto é muito importante porque determina, inclusive, um plano de trabalho elaborado com a participação do governo estadual e dos municípios atingidos, bem como da sociedade civil que tenha sido também objeto dessa tragédia, desse grande desastre ambiental”, completou o senador.