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Moody’s confirma o rebaixamento da nota do Brasil e a perda do grau de investimento é considerada inevitável

e8ef5a924ebc0176a5f0c4134cfb530cO caos político e a rápida degradação das condições econômicas e fiscais brasileiras levaram a agência de classificação de risco Moody’s a confirmar o rebaixamento da nota de crédito do Brasil. O rating dado pela companhia norte-americana aos títulos soberanos brasileiros é Baa3 e será rebaixado para Ba1. Isso significa que as chances de permanecermos no seleto grupo de bons pagadores são remotas. A aposta dos analistas é que esse quadro só mudará em 2020.

O economista da Órama Investimento Alexandre Espírito Santo, lamenta a perda das conquistas que o país obteve ao longo dos últimos 15 anos. “Foi muito difícil conseguir o grau de investimento, que, uma vez perdido, não será fácil de recuperar. Com muita sorte, isso ocorrerá somente em 2020”, avisou. A declaração está na matéria publicada hoje (11) no jornal Correio Braziliense.

O professor do Departamento de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) também concorda com o posicionamento de Alexandre. “A perda do grau de investimento é inevitável. É possível que a recuperação só venha em 2020. Essa década a gente perdeu”, disse.

Com o rebaixamento da Moody’s, o Brasil terá nota de grau especulativo de duas agências (a outra é Standard & Poor’s), o que será péssimo para os investimentos, pois, quando um país perde o selo de bom pagador, a maioria de suas empresas também perde. Além disso, fundos internacionais terão que sair do país. Isso provocará nova desvalorização cambial e pressionará mais a inflação.

O aviso de revisão para rebaixamento da nota do Brasil pela Moody’s, na quinta-feira, desanimou o mercado com o aumento das chances do impeachment da presidente Dilma Rousseff. O discurso do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, sinalizando aumento de juros, também afetou o humor dos operadores. Com isso, a Bolsa de Valores de São Paulo caiu 1,04%, aos 45.630 pontos, e o dólar voltou a disparar, com alta de 1,70%, cotado a R$ 3,80. Especialistas avaliaram ainda que, como na véspera houve fortes ganhos na bolsa, investidores venderam papéis para realizar lucros, o que ajudou a derrubar o índice.

O economista-chefe do banco Santander, Maurício Molan, mostra preocupação com o avanço da dívida pública, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) diminui. Pelas contas dele, o endividamento bruto deverá chegar perto de 70% do PIB neste ano e pode encostar em 90% em 2019. Ele acredita que para que a dívida parar de crescer é preciso que o governo consiga superavit primário de 4%”, alertou. “ Se isso ocorrer, o grau de investimento voltará”, completou.

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