Pela terceira vez no ano, a nota de crédito da Petrobras foi rebaixada pela agência de classificação de risco Moody’s. A nova avaliação é a Ba3, três níveis abaixo das notas classificadas como grau de investimento, um indicativo de que a empresa possui boa capacidade de pagar dívidas.
Segundo reportagem da Folha de São Paulo publicada nesta quarta-feira (9/12), o novo rebaixamento acontece por conta de riscos financeiros associados ao cenário de preços do petróleo. A estatal já havia sofrido a primeira diminuição da nota de crédito em fevereiro, o que a fez perder a classificação de grau de investimento. O segundo rebaixamento aconteceu em outubro.
Como a perspectiva negativa da nota persiste, novos rebaixamentos ainda podem acontecer. “A meta da companhia de reduzir o endividamento por meio de corte de investimentos, melhorias operacionais e venda de US$ 15 bilhões em ativos nos próximos 12 meses tem alto risco nas condições atuais da indústria do petróleo e devem limitar o crescimento da produção no médio prazo”, informou a vice-presidente de crédito da agência, Nymia Almeida.
A expectativa de novos rebaixamentos não é por acaso. Envolta em casos de corrupção que podem gerar multas e com US$ 24 bilhões em dívidas a pagar nos próximos dois anos, a Petrobras deve encarar sérias dificuldades para conseguir diante financiamentos em um país que vive grave crise.
“O fluxo de caixa continuará negativo no futuro próximo enquanto os preços internacionais do petróleo permaneçam fraco e, ainda que as perdas do segmento de refino estejam limitadas pelos preços internos dos combustíveis, novas desvalorizações cambiais podem representar risco adicional”, ponderou Nymia. A Petrobras ainda não se manifestou sobre o assunto.