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“O resultado das eleições na Venezuela deve ser compreendido como vitória da democracia”, destaca presidente nacional do PSDB sobre vitória da oposição

epa05057854 People celebrate in a street in Caracas, Venezuela, early 07 December 2015, after the Venezuelan National Election Council's President, Tibisay Lucena (unseen), announced that Venezuelan opposition coalition Mesa de Unidad Democratica (MUD) won the legislative election. The Venezuelan opposition won national elections by a landslide, the head of the election council said early 07 December, with at least 99 of the 167 seats confirmed for the alliance of the MUD. It was the first defeat of the socialist movement since its founder Hugo Chavez came to power in a 1998 election. EPA/MIGUEL GUTIERREZA despeito das inúmeras denúncias de irregularidades registradas nas eleições parlamentares na Venezuela, neste domingo (6), a oposição conquistou o maior número de cadeiras da Assembleia Nacional do país, o que equilibra as forças políticas de uma nação governada pelas forças chavistas há 16 anos.

Na tentativa de reverter a derrota, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, chegou a determinar a prorrogação do horário de votação até as 20h30, embora o processo eleitoral estivesse previsto para acabar as 18h. Também provocou protestos da oposição venezuelana a cobertura da TV estatal que, ao longo do dia, fez campanha em favor dos candidatos chavistas, contrariando a lei que proíbe propaganda após o término da campanha. O atual presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, chegou ao ponto de pedir votos ao vivo para o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), segundo matéria publicada hoje (7) pelo jornal Folha de São Paulo.

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, comentou a vitória da oposição venezuelana nas redes sociais: “O resultado das eleições na Venezuela deve ser compreendido como uma vitória da própria democracia naquele país. Mesmo numa disputa marcada pela desigualdade de condições e pela truculência de um governo pouco afeito ao contraditório, prevaleceu o sentimento de mudança, encarnado pela maioria dos venezuelanos. Inicia-se agora uma nova etapa que deve continuar a ser acompanhada por toda a comunidade internacional, na busca do resgate da plena democracia, com amplo respeito às liberdades e aos direitos humanos. Parabéns e boa sorte aos irmãos venezuelanos!”, escreveu Aécio Neves em seu perfil no Facebook.
Presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Aloysio Nunes (PSDB-SP), lembra que o governo fez de tudo para sufocar a voz da oposição. “Toda a campanha eleitoral da Venezuela foi marcada pela gerencia absurda e ilegal do governo Maduro. Isso ocorreu desde o começo e não só no dia de ontem, mas apesar disso, prevaleceu a vontade do povo que não suporta mais o governo bolivariano”, ressaltou.

No meio das votações da tarde de ontem, a presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, Tibisay Lucena, anunciou a revogação das credenciais dadas a vários dos observadores internacionais convocados pela oposição para acompanhar as eleições legislativas no país. A justificativa foi que algumas declarações iriam contra o clima de tranquilidade necessário para o fim das votações. Entre os observadores que tiveram suas credencias cassadas estão o ex-presidente da Bolívia Jorge Quiroga, o ex-presidente colombiano Andrés Pastrana, ex-presidente do Uruguai Luís Alberto Lacalle, entre outros.

Aloysio afirmou que a vitória da oposição na Venezuela foi uma excelente notícia para todos os democratas da América Latina. Ele crê que há uma onda a favor da redemocratização e pela normatização da economia na região. O senador destaca, ainda, que o Brasil tem melhores condições de enfrentar a crise do que a Venezuela. “O Brasil tem uma estrutura constitucional mais sólida, nós conseguimos superar a ditadura, temos um sistema judiciário que funciona com independência e uma impressa livre. As condições democráticas do Brasil são muito mais propícias à solução política das crises que nosso vizinho”, conclui. Para o senador a solução política para nossa crise se dá dentro da Constituição que é o impeachment.

O resultado deste domingo pode ser interpretado como rejeição em massa a um governo que é responsabilizado pela degradação da economia e das condições de vida do país. A Venezuela sofre recessão, desabastecimento generalizado e índices de violência de um pais em plena guerra.

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