O setor de infraestrutura deverá passar por complicações em 2016. Especialistas acreditam que o estrangulamento dos cofres públicos continuará a travar os investimentos sobre as grandes obras. A consequência será desastrosa já que este fato adia a conclusão dos projetos aumentando os custos dos projetos, conforme matéria publicada hoje (1) no jornal O Estado de São Paulo.
O presidente do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie) Adriano Pires, acredita que o primeiro trimestre de 2016 poderá ser o pior da história da República. “O País poderá encolher 6,5% no biênio 2015/2016, pressionando a inadimplência, o endividamento e o desemprego. É o pior resultado desde 1931”, prevê.
Para o secretário-geral da organização Contas Abertas, Gil Castello Branco, os desdobramentos da Operação Lava Jato, complicaram a situação do setor de infraestrutura, mas não podem ser entendidos como a causa central do problema.
Um dos reflexos dessa situação são os calotes do governo, que em 2015 voltaram a ser frequentes. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), segundo José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), chega a acumular atrasos em pagamentos de até 150 dias.
Em 2015, segundo a Cbic, o setor da construção civil deve fechar um total de 500 mil postos de trabalho. As estimativas apontam que cerca de 300 empresas ligadas à construção pesada foram obrigadas a entrar em processo de recuperação judicial em 2015.