O amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pecuarista José Carlos Bumlai, detido na Operação Lava Jato, foi denunciado nesta segunda-feira (14) sob acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta. As suspeitas são de que ele tenha participado de um esquema de corrupção na Petrobras e de ter repassado dinheiro ao PT.
“Ele era um operador do PT”, concluiu o procurador da República Deltan Dallagnol, que coordena a força-tarefa da Lava Jato.
Esta é a primeira acusação formal do Ministério Público Federal contra Bumlai. Caso a denúncia seja aceita, ele se tornará réu e vai responder pelos fatos na Justiça.
O empresário preso obteve financiamento de R$ 12 milhões com o banco Schahin, em 2004, cujos valores foram transferidos a pessoas ligadas ao partido, segundo a denúncia. A informação foi publicada hoje (15) em matéria do jornal Folha de São Paulo.
O empréstimo, obtido “sem garantias reais” nunca foi pago, relata os investigadores da Lava Jato. Bumlai fez um acordo com a Schahin onde conseguiu que que a empresa perdoasse a dívida em troca de um contrato de US$ 1,6 bilhão com a Petrobras, para a operação de um navio-sonda, em 2009.
Outras pessoas foram denunciadas: o filho e a nora de Bumlai, três executivos do grupo Schahin, ex-diretores e gerentes da Petrobras, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e o lobista Fernando Soares, o Baiano.
A Petrobras chegou a recusar três vezes o contrato com a Schahin por “inviabilidade técnica”. O pecuarista intercedeu pelo negócio aproveitando o seu relacionamento com Lula para obter o contrato.