Brasília (DF) – A Polícia Federal (PF) indiciou ontem (11) o pecuarista e amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, José Carlos Bumlai, por crimes de corrupção passiva e gestão fraudulenta de empresas. Segundo a PF, Bumlai pode ter usado “de maneira indevida” o nome do petista para obter vantagens em negócios relacionados à Petrobras.
De acordo com os investigadores, ao contrário do que sustentou Bumlai em depoimento à PF, alguns documentos apreendidos, como fotos, reforçam que ele e Lula mantinham relação de amizade muito próxima. As informações são do jornal O Globo deste sábado (12).
Bumlai é suspeito de intermediar um empréstimo do Banco Schahin ao PT. Delação do proprietário da instituição financeira Salim Schahin, indica que R$ 12 milhões emprestados a Bumlai foram repassados a empresas do Grupo Bertin, do empresário Natalino Bertin. Os investigadores suspeitam que Natalino pode ter se encarregado de fazer pagamentos a terceiros indicados pelo pecuarista.
Ainda segundo a PF, o pecuarista a “atuação ilegal” de diretores e gerentes da Petrobras para receber vantagem indevida, que consistiu na quitação do empréstimo tomado originalmente em 2004 por Bumlai no banco Schahin.
Documentos anexados pela PF ao inquérito mostraram também uma transferência de R$ 2 milhões para a empresa de fachada Legend, de Adir Assad, condenado na LavaJato por lavagem de dinheiro. Os investigadores ainda não sabem o motivo da transferência. Em delação premiada, o lobista Fernando Baiano disse que pagou R$ 2 milhões ao pecuarista. O valor seria usado para quitar um apartamento de uma nora de Lula.