PSDB – CE

Por uma Fortaleza com mais gabinetes abertos

O conceito de democracia, não de hoje, é constantemente atualizado e aprimorado. No Brasil, essa forma de governo está entre nós há pouco mais de 100 anos. Neste período, ela já atravessou desafios e instabilidades, especialmente entre as décadas de 1960 e 1980, idos em que nosso partido surgiu. O PSDB é fruto da contrapartida a uma sequência de atentados às garantias da dignidade da pessoa, à livre manifestação de pensamento e ao liberalismo econômico estatal, uma de nossas matrizes partidárias.

Defendida pelo ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill como “a pior forma de governo, com exceção de todas as demais”, a democracia recebeu upgrade em nosso País sobretudo de 2010 para cá, quando manifestações isoladas de ideias perceberam que, unidas e interligadas virtualmente, seriam mais fortes. Não há dúvida de que o advento da internet arrastou consigo a potencialização da cidadania, exercício intrínseco à democracia. Percebemos que não precisávamos necessariamente sair de casa para defender e lutar pelos interesses da coletividade.

O processo deu luz ao que atualmente chamamos de Gabinete Aberto, conceito que, em suma, tem o objetivo de aproximar população e representantes políticos por meio de ferramentas que alavanquem essa relação. A intenção é resgatar os princípios axiomáticos da democracia, nascida em tempos de participação popular ativa nas cidades gregas. Aristóteles, tido por alguns como o principal filósofo da Antiguidade Clássica, e filósofos iluministas, entusiastas e defensores da cidadania, certamente veriam com bons olhos a iniciativa.

O Gabinete Aberto considera relevante que os problemas sociais sejam discutidos com e pela população e entende que é necessário transpor as barreiras físicas de um gabinete, uma vez que a ampliação da participação social torna o mandato ainda mais legítimo e representativo. As medidas de transparência possíveis pelo meio virtual são também base do Gabinete Aberto e estão em total consonância com a moralidade administrativa e a publicidade, princípios da Administração Pública previstos na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 37.

Infelizmente, a política brasileira ainda lida com o Gabinete Aberto como se ele não fosse, por excelência, inerente ao exercício político. Se nós políticos somos parte de um regime democrático representativo, poderíamos sustentar um mandato sem trazer a voz do povo ao topo da nossa cadeia de prioridades? Ora: a resposta, claramente, é não. Sigo na missão de, enquanto vereador de Fortaleza, ser uma extensão dos anseios populares, entendendo que não há legislatura sem democracia e sem cidadania, legitimamente sinônimos de participação popular e respeito à coletividade.

Plácido Filho, vereador de Fortaleza e presidente do Sintsaf

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