Líderes do PSDB e de outros cinco partidos da oposição decidiram obstruir as votações na Câmara dos Deputados em represália às manobras de Eduardo Cunha para cancelar reuniões do Conselho de Ética. Os parlamentares oposicionistas cobram a saída do presidente, que é investigado por suposta quebra de decoro parlamentar.
O deputado federal Carlos Sampaio, de São Paulo, líder do PSDB na Câmara, ressaltou que Cunha não mede as consequências de seus atos e usa o cargo em defesa pessoal. “É uma face de quem não mede as consequências quando o objetivo é defender-se. Não é de um presidente com essa estatura moral que precisamos. Nós precisamos de alguém que defenda a Casa e os interesses da população brasileira”, destacou.
A oposição entregou, na tarde desta quarta-feira (25/11), um documento ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no qual defende o afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara. Carlos Sampaio e outros parlamentares buscam também informações com Janot sobre como levar possíveis provas levantadas no Conselho de Ética ao conhecimento da Justiça. “Se ele (Conselho de Ética) não funciona, a Casa deixa de cumprir o seu papel importante, que não é só aferir aquele que quebra o decoro, mas também ver quem são aqueles que estão impedindo que as provas saiam do Conselho e possam ser levadas ao conhecimento da Justiça”, ponderou Sampaio.
O Conselho de Ética decidiu dar prosseguimento às investigações que apuram se Eduardo Cunha está envolvido em casos de corrupção e lavagem de dinheiro. Documentos entregues por autoridades suíças apontam que o presidente teria quatro contas no exterior, o que foi negado pelo deputado em depoimento à CPI da Petrobras