Responsável pelas campanhas presidenciais do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, e de Dilma Rousseff, em 2010 e 2014, além de ter comandado a corrida de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo, em 2012, a Pólis Propaganda e Marketing, empresa do marqueteiro João Santana, tem débitos fiscais milionários por não ter recolhido o ISS – o imposto sobre serviços de qualquer natureza. De acordo com informações de matéria do jornal O Estado de São Paulo publicada nesta segunda-feira (25), o PT já pagou à empresa cerca de R$ 160 milhões, somando-se todas as campanhas.
Para a deputada federal Mara Gabrilli (PSDB-SP), a íntima relação entre petistas e a Pólis, além da ausência de cobrança do partido em relação aos mais de R$ 3 milhões devidos pela empresa na forma de impostos, demonstram a naturalidade do PT com a falta de transparência na empresa. “O PT não faz vista grossa, o PT tem vista grossa, já faz parte do DNA dos petistas fingir que nada está acontecendo. Não só o Fernando (Haddad) não está tocando no tema, mas a Dilma também não”, lamentou a parlamentar.
Segundo a reportagem do Estadão, a empresa de João Santana já devia R$ 3.777.000,00 de ISS e multas à Prefeitura de São Paulo quando Dilma venceu as eleições presidenciais, em 26 de outubro do ano passado. Além disso, o marqueteiro é suspeito de receber propina relacionada ao esquema de corrupção na Petrobras por meio de contas mantidas no exterior. A denúncia também foi lembrada por Mara ao criticar a ligação entre o marqueteiro e as campanhas petistas.
“O João Santana e a sócia dele, que é a esposa, já trabalham em cima de um caixa dois, e sabe-se lá de onde vem o dinheiro. Aí acontece toda aquela facilitação de contrato para as empreiteiras, em que sempre está embutido o dinheirinho do marqueteiro. Existe uma triangulação, nas campanhas, entre o governo, as empreiteiras e o marqueteiro. Muito do dinheiro que tem que ser pago vem de empreiteiras e vai para as contas do marqueteiro no exterior”, destacou a deputada.
Histórico do marqueteiro
João Santana foi escolhido pelo PT para comandar o marketing da campanha de Lula à reeleição em 2006. O baiano foi o substituto de Duda Mendonça, seu ex-sócio, que na época, durante o escândalo do mensalão, havia sido acusado de receber do PT remessas ilegais de dinheiro no exterior.