O Instituto Lula está na mira da Receita Federal. A movimentação financeira e o relacionamento da entidade com empresas que doaram recursos para manutenção do Instituto, especialmente as envolvidas na Operação Lava Jato, estão sendo investigados pelas autoridades.
A Receita quer checar a origem dos recursos destinados ao Instituto, como o dinheiro foi gasto e se essas contribuições foram declaradas, tanto pelos doadores como pela própria entidade. Entre as empresas que fizeram doações estão a Odebrecht e Camargo Corrêa, conforme matéria publicada hoje (23) no jornal Folha de São Paulo.
Há cerca de 20 dias, o Instituto foi intimado a apresentar documentos fiscais e informações contábeis. No entanto, na tarde desta terça-feira (22), o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, esteve na Superintendência da Receita em São Paulo para pedir o adiamento do prazo, alegando que as festas de fim de ano atrapalhariam o levantamento dos documentos pedidos. Conseguiu mais 20 dias.
A averiguação do Instituto é sigilosa, por isso, a Receita não quis se manifestar. Okamotto nega que a ação seja um desdobramento da Lava Jato. “É uma fiscalização normal. Querem saber se pagamos impostos direito”, afirma.
Como justificativa das doações, o Instituto afirma que os recursos patrocinam a manutenção e desenvolvimento de atividades. A entidade não divulga a lista de empresas das quais recebe doações, nem os valores arrecadados.