A recessão econômica instalada pelo governo Dilma no Brasil pode ser mais profunda e prolongada do que o previsto pela agência de classificação de riscoFitch em dezembro, quando a instituição rebaixou o rating do país para o grau especulativo. É o que mostra o relatório publicado nesta terça-feira (19).
Em documento enviado a clientes, a agência afirma explica que a retirada do grau de investimento para o Brasil se deu pela acentuação das crises econômica e fiscal, aumento da dívida do governo e da maior incerteza política. “As projeções para o médio prazo continuam fracas, com a possibilidade de crescimento somente quando o ambiente político se estabilizar. Ao mesmo tempo, a performance fiscal se manteve deteriorada em 2015, enquanto repetidos desafios na questão fiscal continuaram a afetar a credibilidade política”, diz o relatório, ressaltando que a combinação de fatores também refletiu na manutenção da perspectiva negativa para a nota brasileira.
Sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), a agência avalia que o início desse processo adiciona ainda mais incertezas ao cenário político brasileiro. “Riscos de governabilidade e incerteza política têm complicado o cenário, com o início de um processo de impeachment contra o presidente Rousseff adicionando uma camada adicional de incerteza. A Fitch acredita que esses processos vão prejudicar uma execução eficaz de ajustes fiscais corretivos e de reforma estruturais mais amplas”, completa o documento.
A Fitch rebaixou a nota de crédito do país de BBB- para BB+ em 16 de dezembro e manteve a perspectiva negativa. O Brasil já havia sido rebaixado, no dia 9 de setembro, pela Standard & Poor’s. A nota do país foi rebaixada de “BBB-” para “BB+”, com perspectiva negativa. O rebaixamento do rating para a categoria “especulativa” aconteceu menos de 50 dias após a Standard & Poor’s ter mudado a perspectiva para negativa.