Em mais uma demonstração de alinhamento com o governo, o presidente nacional do PSDB e da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Tasso Jereissati (CE), anunciou juntamente com o relator da reforma trabalhista, o tucano Ricardo Ferraço (ES), que o parecer do projeto será lido normalmente na comissão e que o calendário de tramitação da reforma está mantido.
“A reforma não é uma questão de governo, mas de País. Nosso compromisso é mostrar que estamos trabalhando normalmente e que os acontecimentos políticos independem do nosso trabalho. Vamos trabalhar para dar seguimento ao processo de reforma”, afirmou Tasso em entrevista coletiva.
Na semana passada, logo após a divulgação dos áudios entre os donos da JBS e Michel Temer, que indicavam aval à compra de silêncio do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), o relator do projeto anunciou a completa suspensão do calendário de votação e afirmou que não apresentaria mais o relatório e que a reforma trabalhista havia se tornado “secundária”.
Entretanto, o relator pondera que haverá pressão de outros partidos e que é possível que haja atrasos nas votações. A previsão é que o projeto seja votado no plenário do Senado entre 12 e 15 de junho.
Segundo o relator, a mudança em seu posicionamento aconteceu após reuniões com lideranças partidárias, que entenderam que era melhor dar continuidade à pauta. “Não podemos misturar crise de governo com interesse nacional”, argumentou.
Permanência no governo
O presidente do PSDB mostrou que é preciso dar normalidade ao Congresso. Além da reforma trabalhista, Tasso confirmou que as indicações para o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), feitas pelo presidente Michel Temer, serão analisadas pela Comissão de Assuntos Econômicos na reunião da próxima semana.
Quanto à permanência do partido no governo, Tasso afirmou que o PSDB analisa a questão com “muita responsabilidade”. “Vamos acompanhar a situação pelo Judiciário para termos uma decisão consolidada, com as votações de suspensão de inquérito contra o presidente no STF e a cassação da chapa no TSE. As denúncias são gravíssimas, mas isso não significa férias para o Senado e recesso para a Câmara.”