As perigosas suspeitas e “apimentadas” conexões entre as campanhas dos petistas Fernando Pimentel e da presidente Dilma Rousseff em 2014 são destaque na edição desta semana, inclusive com a chamada de capa “INVESTIGAÇÃO SOBRE CAIXA DOIS DE FERNANDO PIMENTEL APONTA PARA CAMPANHA DA PRESIDENTE”.
A reportagem, que ocupa seis páginas da maior revista do País, detalha os rastros do dinheiro apreendido pela Polícia Federal dentro de um avião em Brasília, logo após o resultado das eleições. O avião, de propriedade do amigo e operador da campanha de Pimentel ao governo de Minas, Benedito de Oliveira (mais conhecido como Bené), saiu de Belo Horizonte e estava levando assessores da campanha do petista mineiro à capital federal. Com a apreensão, nascia a Operação Acrônimo e a campanha de Fernando Pimentel ao governo de Minas deixou as páginas políticas e passou a frequentar as páginas policiais.
“Seguindo o rastro do dinheiro do avião, apreenderam documentos e comprovantes bancários que demonstram, entre outras coisas, que a mulher de Pimentel (Carolina Oliveira) tinha recebido pagamentos generosos por serviços que não prestara. Não só. Havia também contratos com empreiteiras envolvidas no escândalo do petrolão, indícios de transações em contas na Suíça e repasses e pessoas envolvidas direta e indiretamente na campanha presidencial de Dilma Rousseff”, informa um trecho da reportagem da VEJA.
A bolada de Carolina
A matéria chama atenção para a atuação diversificada da agência de publicidade Pepper (“Pimenta”, em português), de Brasília, apontando que a empresa de comunicação era uma espécie de cofre que servia aos mais diversos interesses do PT e do governo federal. “Desde 2010, a Pepper opera um caixa clandestino a serviço do PT. Recebe pagamentos e quita despesas que não podem passar oficialmente pelas contas do partido nem de campanhas petistas, entre elas a campanha presidencial”, informa a matéria.
Em outro trecho da reportagem, a VEJA afirma que a Pepper pagou mais de R$ 200 mil a Carolina Oliveira, mulher de Fernando Pimentel e atual primeira-dama do Estado, e e descreve outras relações perigosas do casal com a agência: “Por fora, custeou também despesas pessoais de Carolina, de gastos com guarda-roupa a viagens ao exterior. Pimentel e Carolina eram tão próximo da Pepper que, na prática, se portavam como sócios informais da empresa. Não fosse uma discordância sobre valores, o casal teria, inclusive, formalizado a entrada na sociedade”.
Na segunda etapa da Operação Acrônimo, realizada em junho deste ano, a Polícia Federal cumpriu mandados na Pepper e em um escritório de contabilidade ligado a empresa de Carolina Oliveira, ambos em Brasília. Computadores e documentos foram apreendidos.
A bolada de Jeferson
De acordo com a reportagem, a Pepper também foi peça importante na campanha da presidente Dilma. Como parte da guerrilha da campanha na internet pela reeleição da petista, a agência pagava “por fora” pelos serviços do publicitário Jeferson Monteiro, responsável pela personagem Dilma Bolada. Na verdade, sabe-se agora que Jerferson é quem recebia uma bolada para alavancar a campanha de Dilma e torpedear seus adversários políticos.
A matéria mostra ainda que os grandes negócios da Pepper com a cúpula petista chegavam até às licitações milionárias do governo federal, com a utilização de empresas de comunicação laranjas. Entretanto, depois que a Polícia Federal começou a lançar luz sobre as criminosas ramificações do esquema implantado pelo PT para permanecer no poder, de acordo com a revista, a proprietária da Pepper, Danielle Fonteles, diretora da Pepper, tem ameaçado “botar a boca no mundo”. “Se eu quiser, derrubo a Dilma”, teria dito a advogados.
Ainda de acordo com a VEJA, dias atrás, ao prestar depoimento no inquérito da Operação Acrônimo, Danielle Fontelles foi sondada sobre a possibilidade de fazer um acordo de delação premiada. Se isso ocorrer, o escândalo envolvendo o governador e a primeira-dama promete ficar ainda mais “apimentado”.