Brasília (DF) – As causas do apagão do dia 4 de fevereiro, que deixou 13 estados e o Distrito Federal sem energia, continuam desconhecidas, apesar de investigação feita pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Segundo o diretor geral do órgão, Hermes Chipp, o relatório entregue à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) não identificou nenhuma falha de proteção, manutenção ou defeito de equipamento. As informações são de reportagem publicada nesta quarta-feira (12) no jornal Folha de S. Paulo.
Segundo o diretor do ONS, tudo o que pôde ser identificado foram descargas atmosféricas na região das linhas de transmissão. O documento será analisado pela Aneel, agência reguladora responsável por aplicar punições ou advertências às empresas envolvidas, caso necessário.
Para o deputado federal Nilson Leitão (PSDB-MT), integrante da Comissão de Minas e Energia da Câmara, a falta de resultados concretos lança suspeitas sobre a apuração feita.
Estrangulado
“O Brasil sabe, e quem está no setor também, que o setor elétrico está estrangulado, por falta de investimento, de planejamento preventivo. Esse relatório inconclusivo apenas dá as desculpas que o governo federal não pôde dar por si mesmo”, disse.
O parlamentar avaliou que o potencial energético brasileiro, apesar de sua extensa bacia hidrográfica e matéria prima para biocombustíveis, é mal aproveitado.
“Estamos importando energia elétrica, combustíveis, etanol e gasolina. A única coisa que ainda não importamos é vento”, afirmou, referindo-se à produção das escassas usinas eólicas.
Leitão acrescentou ainda que o grande problema do setor é a inaptidão demonstrada pelo atual governo para gerenciar o país: “Foi o raio da incompetência do governo que causou o apagão, um raio que cai todos os dias. Essa insuficiência que enfrentamos em todos os setores se origina na presidente Dilma Rousseff e na incompetência da gestão petista”.