Pela nona vez consecutiva, a renda média real do brasileiro caiu em comparação com o mês anterior. Os dados são da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o levantamento, divulgado na manhã desta quinta-feira (19/11), a média de rendimento real – que já leva em conta a inflação – do trabalhador no Brasil registrada em outubro de 2015 foi de R$ 2.182. O valor é 7% inferior ao registrado no mesmo período no ano passado, quando o brasileiro ganhava, em média, R$ 2.345. Desde 2003, não havia uma queda tão grande da renda no décimo mês. Naquele ano, o recuo foi de 13%.
Ouvida pela reportagem do jornal Folha de São Paulo, Adriana Beringuy, técnica da Coordenação de Emprego e Renda do IBGE, responsabiliza a situação ruim no mercado de trabalho e a alta na inflação pelo cenário apontado na PME. “As empresas estão dispensando e não há novas contratações. Os trabalhadores não estão num bom momento para receber aumentos ou promoções”, ressaltou.
Citado por Adriana, o mercado de trabalho brasileiro apresenta dados preocupantes. Segundo a pesquisa, em comparação com outubro de 2014, houve perda de 470 mil postos formais de emprego, o que representa 4% das vagas. Os cargos informais também sofrem com o atual cenário do país. A perda foi de 173 mil vagas, ou 8,7%.
A crise afeta, ainda, a população desocupada, ou seja, pessoas desempregadas dispostas a entrar no mercado de trabalho. Os números deste mês mostram que a taxa de desocupação é de 7,9%, maior valor em sete anos. No total, 1,91 milhão de brasileiros estão na fila por um emprego, 771 pessoas mil a mais que em outubro de 2014. Tal aumento, de 67,5%, representa um recorde absoluto da PME, pesquisa publicada desde 2002 que leva em consideração as regiões metropolitanas de São Paulo, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Recife.