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Representantes dos principais setores da indústria estão pessimistas em relação a 2016

industria_03A crise acertou em cheio o setor industrial brasileiro. Representantes de quatro das principais esferas da indústria, que juntas são responsáveis por um terço do PIB brasileiro, falaram para a Folha de S. Paulo, em matéria publicada nesta quinta-feira (11), sobre o que esperam de 2016. O pessimismo dominou as análises.

O presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello, denomina o momento atual como “a pior crise em toda a história”. Ele acredita que se nada for feito indústrias serão fechadas em breve.

Os maiores compradores internos de aço no país são justamente os setores que mais estão sofrendo com a crise (construção civil, indústria automotiva e de máquinas e equipamentos).

Mello explica que a queda na demanda global por aço e a atuação da China com preços artificialmente mais baratos criaram um excedente de 700 milhões de toneladas da matéria-prima no mundo. A produção anual brasileira é de 48 milhões de toneladas.

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) já começou a desligar fornos e a demitir funcionários.

O setor de máquinas e equipamentos, por sua vez, já vai para o quarto ano seguido de queda no faturamento.

O presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos  (Abimaq), José Velloso, diz que a previsão para o setor é de queda de 10% no faturamento para 2016.

Segundo o executivo, as indústrias brasileiras estão 35% menores do que em 2012. “A indústria brasileira está doente”, disse.

No segmento automotivo há perspectiva de queda na produção. Aproximadamente 40 mil funcionários de montadoras estão com jornada reduzida pelo Programa de Proteção ao Emprego ou com contrato suspenso pelo regime de lay-off.

O presidente da Anfavea (que reúne fabricantes de veículos), Luiz Moan, afirma que a produção de carros prevista para 2016 será equivalente à de dez anos atrás. Em 2016 ele projeta queda de 7,5% nas vendas internas.

Petróleo e gás
Diante dos recentes  escândalos envolvendo a Petrobras, o desafio para o setor é ainda maior.

Para o presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Jorge Camargo, as revisões de preço do petróleo e outros fatores limitaram muito a capacidade de investimento.

Ele prevê um ano difícil e com a tarefa de “tornar competitivas e rentáveis empresas que são um quarto do que já foram”.

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