Sob risco de perder a vaga na reforma administrativa prometida pela presidente Dilma Rousseff, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, admitiu, em entrevista ao jornal “Estado de S.Paulo” publicada nesta segunda-feira (28), o risco de o atendimento público de saúde entrar em colapso no próximo ano por falta de dinheiro.
“Estando eu à frente do Ministério da Saúde, ou qualquer outro gestor público, com mais ou menos experiência, com mais ou menos compromisso, o que se aponta é uma situação inadministrável”, alertou o ministro.
Conforme Chioro, aprovado o Projeto da Lei Orçamentária da forma como foi enviado ao Congresso, os recursos para pagar despesas hospitalares, ambulância e atendimentos médicos chegariam ao fim em setembro de 2016.
Para o deputado federal Daniel Coelho (PSDB-PE), o cenário descrito pelo ministro é preocupante.
O tucano lamenta a falta de um debate maior do governo com estados e municípios sobre a administração dos recursos, os quais acabam sofrendo na ponta o problema.
“Não se tem uma discussão de pacto federativo. O governo concentra os recursos e tem muito pouca efetividade nessa área da maneira como eles são distribuídos”, criticou o deputado, destacando ainda a precariedade nos postos de saúde e redes de atendimento: carência de pessoal qualificado, equipamentos e medicamentos.