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Sem acordo com Petrobras, Sete Brasil promove novas demissões

Plataforma Petrobras1A Sete Brasil vai promover novas demissões após novamente não conseguir fechar um acordo com a Petrobras. Criada para viabilizar a construção no país de sondas de exploração de petróleo para o pré-sal, a empresa já havia demitido 23 empregados há apenas quatro meses.

De acordo com matéria da Folha de S.Paulo desta quinta-feira (7), cerca de 80 funcionários da área administrativa deverão ser demitidos, ficando apenas 20 empregados. “A Sete Brasil tem adotado diferentes ações administrativas que visam à redução de custos em todas as áreas e, paralelamente, vem buscando uma solução para a reestruturação de seu projeto. A desmobilização de pessoal é parte desse processo”, disse a nota enviada pela assessoria de imprensa ao jornal confirmando as demissões, mas sem citar números.

A empresa foi criada para a construção de 29 sondas contratadas pela Petrobras, mas com a queda no preço do petróleo e a crise de corrupção da estatal com os desdobramentos da operação Lava Jato, o projeto começou a naufragar. Com uma dívida em torno de R$ 14 bilhões e impossibilitada de tomar empréstimo com o BNDES, os sócios da Sete Brasil vão definir, neste mês, se a empresa entrará com pedido de recuperação judicial e estuda processar a Petrobras se não fechar acordo com a estatal.

A empresa tem como acionistas fundos de pensão, os bancos BTG Pactual, Bradesco e Santander, além de fundos de investimento e a própria Petrobras. A reunião do conselho de administração deverá acontecer no próximo dia 21.

O impasse com Petrobras se deve pela tentativa de reduzir o número de sondas. Nos últimos meses, a estatal negociava baixar para 15 e, no fim do ano passado, a Petrobras apresentou nova proposta para a contratação de apenas 14 sondas. Segundo a Folha, a Sete tenta convencer a estatal a manter o maior número possível de sondas para tentar recuperar parte dos R$ 8,3 bilhões investidos por controladores.

Demissões no setor

A Sete não é a única empresa afetada pela crise na Petrobras, que já anunciou a transferência de plataformas de produção para estaleiros asiáticos e cancelou contratos para a construção de 11 navios para o transporte de combustíveis e gás liquefeito de petróleo (GLP, o gás de cozinha). A medida agrava ainda mais a situação dos estaleiros brasileiros.

Dados do Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparo Naval (Sinaval) apontam que 25 mil postos de trabalho foram fechados no setor em 2015. Segundo o balanço, a indústria naval empregava 57,1 mil pessoas no país em dezembro do ano passado, contra 82,5 mil no mesmo período em 2014.

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