Brasília (DF) – A gestão da presidente Dilma Rousseff já não pode usar a falta de recursos como desculpa para não realizar investimentos. Isso porque, apesar de todas as deficiências do país nas áreas de infraestrutura e saneamento básico, sobram verbas, vindas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que não foram utilizadas em 2015. As informações são de reportagem desta terça-feira (12/01) do jornal Valor Econômico.
De acordo com a publicação, a falta de projetos viáveis e o elevado endividamento dos entes públicos são os principais problemas para a execução do orçamento destinado a investimentos. No saneamento básico por exemplo, segundo informações do Ministério das Cidades, o orçamento que era de R$ 7,5 bilhões no início de 2015 foi reduzido para R$ 5,1 bilhões ao longo do ano. A execução foi de menos da metade: 42,2%, o equivalente a R$ 2,138 bilhões.
Já no caso da infraestrutura urbana, o que antes era um orçamento de R$ 12 bilhões caiu para R$ 9 bilhões. Desse montante, apenas 7,97%, R$ 717,571 milhões, foram efetivamente liberados.
Para o deputado federal Marco Tebaldi (PSDB-SC), a falta de investimentos em setores de vital importância é a demonstração cabal de que o “governo do PT é um governo do improviso, sem planejamento, que faz o ‘toma lá, dá cá’ para se beneficiar e se manter no poder”.
“O governo do PT tem mais preocupação com a mídia, com o marketing, e não faz o dever de casa, que é fazer os projetos, os planejamentos, capacitar os gestores para uma área tão importante que é a área do saneamento, em que nós precisamos evoluir bastante, a área de estrutura. Mas o governo na outra ponta, faz o quê? Efetivamente faz muito pouco, tanto é que pouco se avançou e pouco se realizou nessa área, inclusive tendo recursos do Fundo de Garantia disponíveis”, avaliou o tucano.
O parlamentar destacou que a falta de políticas e de investimento em infraestrutura e, especialmente, em saneamento afetam diretamente setores como o da saúde pública.
“Quantas crianças e quantas pessoas estão contraindo doenças de vinculação hídrica, e muitas delas até morrendo por conta disso? Em quantas cidades brasileiras nós encontramos hoje esgoto a céu aberto? Em quantos locais a gente encontra pessoas tendo contato com esses esgotos? Quantas localidades ainda não têm água tratada adequadamente? E a gente vê que tem dinheiro disponível, mas por falta de capacidade do governo, de organização, de planejamento, esses recursos não chegam no destino”, completou