A abertura do terceiro inquérito contra o senador petista Delcídio Amaral foi autorizada nesta quarta-feira (02/12), pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki. O inquérito apura o envolvimento do parlamentar, preso por tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato, no esquema de corrupção da Petrobras. As informações são do jornal O Estado De São Paulo, em matéria publicada nesta quinta-feira.
Este novo inquérito investiga o petista pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Ainda não há maiores detalhes sobre a peça, uma vez que ela é mantida em segredo de justiça. O primeiro inquérito aberto contra Delcídio analisa a tentativa de impedir as investigações da Lava Jato, motivo pelo qual o senador foi preso na semana passada. No segundo, o parlamentar aparece ao lado de Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, e do senador Jader Barbalho (PMDB-PA). Segundo a reportagem, os três processos são baseados em petições ocultas.
Em uma destas delações premiadas homologadas por Zavascki, o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, citou os nomes de Delcídio, Renan e Jader, além de Silas Rondeau, ex-ministro de Minas e Energia, relacionando-os ao suposto recebimento de US$ 6 milhões em propinas na contratação do navio-sonda Vitória 10.000, em 2006. O lobista mencionou o nome de Delcídio ao falar, ainda, que o petista teria recebido US$ 1,5 milhão na operação da compra da refinaria de Pasadena, no Texas, Estados Unidos.
Além de Delcídio, foram presos o chefe de gabinete do senador, Diogo Ferreira, o banqueiro do BTG Pactual, André Esteves, e o advogado Edson Ribeiro. Os quatro são investigados por tentar comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, com o objetivo de livrar o senador e o banqueiro do acordo de delação premiada.