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Tucanos reprovam falta de cuidado na compra de refinaria Pasadena

antonio-imbassahy-foto-alexssandro-loyolaBrasília (DF) – A justificativa da presidente Dilma Rousseff que apoiou a compra da refinaria em Pasadena, no Texas (Estados Unidos), porque recebeu “informações incompletas” de um parecer “técnica e juridicamente falho” comprova que a petista toma decisões importantes para o país sem qualquer cuidado. É a avaliação do líder do PSDB, na Câmara, Antonio Imbassahy (BA).

De acordo com reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, Dilma votou em 2006 favoravelmente à compra de 50% da refinaria quando era ministra da Casa Civil e comandava o Conselho de Administração da Petrobras. Ao longo desta quarta-feira (19), tucanos cobraram explicações públicas da petista e consideraram pouco convincente a alegação apresentada pela petista.

“Colocada contra a parede, a presidente disse que não tinha informações completas sobre a negociação. O episódio mostra como a presidente da República, apresentada na campanha eleitoral como a gerentona, toma decisões importantes para o país: sem qualquer cuidado”, criticou Imbassahy.

“É no mínimo irresponsável que a presidente de um conselho como o da Petrobras aprove um medida que envolve um montante tão elevado de recursos baseada em ‘informações incompletas’ ou pareceres falhos”, avaliou Imbassahy. “Quem vai arcar com o prejuízo? A Petrobras, patrimônio dos brasileiros, é vítima das gestões caóticas do PT de Lula e Dilma.”

Cláusulas

O conselho da Petrobras autorizou, com apoio de Dilma, a compra de 50% da refinaria por US$ 360 milhões. Posteriormente, por causa de cláusulas do contrato, a estatal foi obrigada a ficar com 100% da unidade, antes compartilhada com uma empresa belga. Acabou desembolsando US$ 1,18 bilhão – cerca R$ 2,76 bilhões. A aquisição da refinaria é investigada por Polícia Federal, a pedido de Imbassahy, além do Tribunal de Contas da União, do Ministério Público e do Congresso por suspeita de superfaturamento e evasão de divisas.

Líder do PSDB na Câmara em 2013, o deputado Carlos Sampaio (SP) lamentou a negociação, feita com o aval da presidente. “Fiquei assustado principalmente por ela autorizar um contrato como esse que causa um prejuízo à nação. E, ela fez isso como sendo algo aceitável. Mas na verdade é inaceitável”, ressaltou.

Para o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), a justificativa de Dilma não é suficiente. “A presidente da República deve explicações claras ao país sobre uma operação extremamente danosa para a Petrobras e para os brasileiros e sobre a qual ela teve papel decisivo. A compra da refinaria de Pasadena causou prejuízo de bilhões e desde sempre esteve encoberta sobre uma nuvem de suspeições. A presidente não tem o direito de justificar-se apenas dizendo ter sido mal assessorada”, apontou. “O Brasil aguarda explicações do governo e da Petrobras sobre quais são os critérios utilizados para tomada de decisões de tamanha importância”, acrescentou.

Segundo o “Estadão”, a ata da reunião do Conselho de Administração da Petrobrás, datada de 3 de fevereiro de 2006, mostra a posição unânime do conselho favorável à compra dos primeiros 50% da refinaria, mesmo já havendo, à época, questionamentos sobre a planta, considerada obsoleta.

Os então ministros Antonio Palocci (Fazenda), atual consultor de empresas, e Jaques Wagner (Relações Institucionais), hoje governador da Bahia pelo PT, integravam o Conselho de Administração da Petrobras. Eles seguiram Dilma dando voto favorável.

Do Portal do PSDB na Câmara

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