PSDB – CE

Zelotes: Decisão do Carf que beneficiou banco deve ser novo alvo da operação

esplanadaA compra de uma decisão do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) deve ser o novo alvo das investigações da Operação Zelotes. A sentença do Carf beneficiou o banco Brascan, que teve uma cobrança de impostos no valor R$ 220,8 milhões anistiada. Segundo matéria publicada pelo jornal Correio Braziliense nesta segunda-feira (25), os investigadores pretendem denunciar os lobistas Alexandre Paes Santos, conhecido como APS, Edson Rodrigues e José Ricardo Silva, que atuava como conselheiro à época, além de um outro ex-conselheiro.

Os investigadores acreditam que os lobistas receberem, em forma de propina, 1,5% do valor total anistiado, tese apoiada pelo pagamento de R$ 2,7 milhões feito pelo Brascan na conta do escritório SGR, de José Ricardo Silva e seu pai, Eivany Antônio da Silva, ex-auditor da Receita Federal.

Ainda de acordo com a reportagem do Correio, a defesa de José Ricardo afirmou que os valores pagos pelo Brascan bancaram uma consultoria feita pela SGR Consultoria Empresarial. Uma fonte ligada ao caso afirma que a defesa do banco alega que o diretor que tratava com a SGR disse desconhecer que a contratação da consultoria envolvia o pagamento de propinas. Se a intenção de pagar subornos não ficar comprovada, os lobistas envolvidos no caso serão denunciados por corrupção ativa.

O Ministério Público pretende apresentar a denúncia contra as irregularidades envolvendo o Carf no mês que vem.

Quase R$ 6 bilhões desviados

Os cerca de 20 inquéritos da Operação Zelotes investigam 70 empresas envolvidas na compra de decisões do governo. O total desviado com o esquema já chega a quase R$ 6 bilhões, segundo o que já foi apurado até o momento. Além da denúncia envolvendo o Carf, a compra das Medidas Provisórias 471, 512 e 627, que beneficiaram empresas do setor automotivo, também é investigada.

Luis Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, é um dos suspeitos de participar do esquema. Investigado em um inquérito ligado à MP 627, o filho do petista é suspeito pelo recebimento de R$ 2,5 milhões originários do escritório do casal de consultores Mauro Marcondes e Cristina Mautoni, presos na Papuda.

Ver mais