No Brasil, costuma-se dizer que o ano começa depois do carnaval. Pois é, nosso ano novo se inicia com a perspectiva de entrarmos na pior recessão econômica de nossa história.
O último Relatório de Inflação do Banco Central, publicado em dezembro de 2015, projeta uma contração do PIB de -3,6% em 2015 e de -1,9% em 2016. O banco Credit Suisse já trabalha com uma contração da economia próxima de -4,0% para 2015. E estima contração entre -0,5% a -1,0% para 2017.
Caso as estimativas nefastas se concretizem, e usando o famigerado mote do ex-presidente Lula, estaremos diante de uma severa recessão econômica nunca antes vista na história deste país.
O cenário é grave. E colocando em perspectiva, nunca tivemos crescimento negativo do PIB por mais de três anos seguidos. Seria uma “conquista” inédita do governo Dilma.
Durante a chamada “década perdida” dos anos 80, nosso PIB nunca encolheu por dois anos consecutivos. Os resultados negativos durante aquela década foram em 1981, 1983 e 1988: -4,25%, -2,93% e -0,6%, respectivamente. Dois anos seguidos de contração econômica tivemos apenas no biênio 1930-1931 (-2,1% e -3,30%), após o crash da Bolsa de Nova Iorque em outubro de 1929, quando os EUA e o mundo enfrentavam sua pior crise econômica.
Diante desse quadro, como chamaríamos a quase década do governo Dilma? Perdida? Talvez seja pouco.
O que nos levou a tal situação desesperadora foi a “Nova Matriz Econômica” implementada pelo PT. Tolerância à inflação, desequilíbrio fiscal e política creditícia populista estão levando o país à lona. Tudo sob a égide do pseudodesenvolvimentismo. Ora, independentemente da escola de pensamento econômico, o que esperamos da política econômica é o desenvolvimento do País. Claro que não às custas de um receituário irresponsável e insustentável.
E não adianta colocarmos a culpa em uma suposta crise mundial. As últimas projeções do FMI apontam para um crescimento econômico global de 3,1% em 2015 e de 3,4% em 2016. A título de comparação, a economia americana, madura e desenvolvida, cresceu 2,4% em 2014 e 2,5% em 2015, ainda de acordo com os dados do FMI. A falsa crise mundial é, portanto, apenas um factoide, uma cortina de fumaça do atual governo para desviar a atenção de incautos do mau gerenciamento de nossa economia. É mais fácil o PT culpar os outros pelos seus próprios erros. Uma economia em desenvolvimento, como a brasileira, não pode apresentar resultados tão medíocres como os dos últimos anos.
As perspectivas de nossa economia são, de fato, funestas: PIB encolhendo, renda per capita em queda, desemprego crescendo e inflação bem longe da meta. É triste, mas nos resta esperar que o tripé macroeconômico implementado pelo PSDB, base de uma economia saudável e sustentável, seja restaurado quando a oposição assumir novamente a Presidência.
*Alexandre Campos é Economista e Mestre em Engenharia de Produção pela UFRJ com MBA pela Alliance Manchester Business School – Filiado ao PSDB-DF.
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