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Agência estatal emprega ex-funcionários de campanha à reeleição de Dilma com salários de até R$ 39 mil

A presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula durante Convenção Nacional do PT no Centro de Eventos Brasil 21, em Brasília (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Na contramão da crise e de um cenário de cortes e ajustes, um órgão no sistema de transparência do governo federal virou abrigo para um grupo de pessoas que atuou na campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014. Salários, vantagens, diárias e resoluções internas da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) são mantidos sob sigilo, diferente do que acontece em ministérios e demais órgãos do Executivo.

A ABDI, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), passou a acolher esses militantes que trocaram cargos no governo por funções na agência com remunerações equivalentes ao dobro do que recebiam. As informações são da matéria publicada neste domingo (28) pelo jornal O Globo.
O presidente da ABDI, Alessandro Golombiewski Teixeira, pode servir de exemplo de um desses militantes. Nomeado por Dilma em 2015 para o cargo, Teixeira coordenou o programa de governo na campanha à reeleição. Ao assumir o comando da ABDI, com salário de R$ 39,3 mil, o petista abrigou no órgão mais três militantes da campanha, ocupantes de cargos de assessoramento especial da diretoria cujas remunerações variam de R$ 19,4 mil a R$ 25,9 mil.

Em junho do ano passado, Teixeira e demais diretores decidiram editar uma resolução reajustando o valor das diárias para viagens internacionais da diretoria executiva. No continente americano, o valor saltou de US$ 400 para US$ 700. Fora da América, as diárias saltaram de € 320 para € 700. Ministros de Estado, por exemplo, recebem entre 220 e 460 de diária, podendo optar por dólar ou euro e com variação de valor conforme o destino da viagem.

O pacote de medidas incluiu a própria ABDI. A proposta da presidente prevê a fusão da agência com a Apex, o que ainda não ocorreu. Fontes da ABDI relatam que, até agora, não houve movimentação do governo nesse sentido.

O chefe de gabinete de Teixeira, Charles Capella de Abreu, atuou tanto na campanha de Dilma de 2010 quanto em 2014. Na disputa pela reeleição, Capella cuidou do escritório da candidata em Brasília. Já a partir de 1º de janeiro de 2015, ele foi exonerado do cargo de chefe de gabinete do ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência, cargo pelo qual recebia R$ 11,2 mil.

A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, apesar de ser fiscalizada por órgãos de controle, contar com recursos públicos e ser controlada pelo Executivo, não informa salários, pagamentos de diárias e atos adotados pela diretoria executiva. Criada para executar políticas de desenvolvimento industrial, a agência surgiu na forma de Serviço Social Autônomo, uma entidade privada sem fins lucrativos.

 

*Do PSDB Nacional

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