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As diferenças de comportamento do PT de 1992, durante o impeachment de Collor, e o de hoje

Collor_Lindbergh_OrlandoBrito_1B-224x300O tumulto promovido pelos petistas e seus aliados, desde a instalação da Comissão Especial que foi instalada na Câmara dos Deputados para analisar o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, nem de longe lembra a atuação do PT durante o processo de afastamento do Fernando Collor de Mello da Presidência da República em 1992. E muitos daqueles que engrossam hoje o coro de Dilma, de que existe um golpe em curso no país, estavam na linha de frente da Comissão Especial que cassou o mandato de Collor.

Entre os titulares petistas que participaram da Comissão Especial que analisou o impeachment de Collor estavam os deputados Hélio Bicudo, José Dirceu e José Genoino. O primeiro deixou a legenda diante dos escândalos que se sucederam durante os governos de Lula e Dilma e é um dos signatários do pedido de impeachment agora contra Dilma. Os outros dois estão fora da vida pública, após terem sido condenados no escândalo do mensalão e passarem uma temporada na prisão.

Sem os gritos que saem agora da boca dos aliados mais desesperados de Dilma, de que o impeachment é golpe, a Comissão Especial que aprovou o pedido de afastamento de Collor em 1992 realizou quatro reuniões formais. A leitura do parecer ocorreu na 3ºa reunião, em 23/09/1992. O parecer pela admissibilidade da autorização foi aprovado no dia seguinte com 32 votos sim; 1 não; 1 abstenção; e 15 ausentes. Não foi permitida a leitura de voto em separado durante a votação e os petistas ainda garantiram que o prazo de vistas, solicitado pelos então governistas, fosse de apenas duas sessões, o que acelerou a tramitação do processo.

Assim como Dilma hoje, Collor lutou para não deixar o cargo. Se colocou como vítima de um tribunal de exceção e usou as armas que dispunha, os cargos comissionados e ministérios, para impedir a debandada de seus aliados pressionados pelas manifestações de rua a favor do impeachment.
As semelhanças com o cenário atual são coincidência?
Vale relembrar trechos dos discursos de petistas na época contestando a ação do governo Collor, muito parecida com a estratégia adotada hoje por Dilma.

“Não é fato que o presidente vai ser julgado de forma inquisitorial por um tribunal de exceção ou que será vítima de um processo ilegal e inconstitucional”, rebateu em 1º de setembro de 1992 o então deputado José Dirceu.

Da cadeia, onde está agora por conta de seu envolvimento com o petrolão, Dirceu talvez ainda se lembre do que dizia na época do impeachment de Collor: “Não devemos dar como ganha a batalha do impeachment, porque o governo não vacila em reunir ao seu redor o núcleo fisiológico e corrupto que sempre o sustentou, utilizando-se de verbas, cargos e Ministérios para conseguir 168 votos nesta Casa e arquivar o pedido de impeachment.”

No mesmo dia e com o tom igual a Dirceu, Genoino acrescentou na época: “A sociedade tem de optar entre os que querem acabar com a impunidade e os que querem que ela continue prosperando debaixo dos conchavos, das negociatas que levaram o País a esta decadência ética e moral”.

O hoje senador Paulo Rocha (PT-PA), em 1992, fazia coro junto com os demais petistas e pressionava pela aceleração do processo de impeachment de Collor. “Este Congresso não pode mais esperar. O povo brasileiro está impaciente, angustiado, porque, além da crise política, está passando, por uma situação difícil. Os mais pobres estão em desespero”, cobrou Rocha no dia 9 de setembro de 1992. E acrescentou:“… o País está parado. Qual a perspectiva de futuro para o nosso País? Qual a resposta das instituições brasileiras para a situação do Brasil? A resposta está aqui, no Congresso Nacional, em nossas mãos.”

Mas talvez o símbolo mais emblemático dessa mudança de postura em relação ao instrumento constitucional do impeachment seja o hoje senador Lindberg Farias (PT-RJ), que em 1992 ganhou notoriedade no país como presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e liderou os caras pintadas em manifestações nas ruas em favor do impeachment. Lindberg hoje assumiu a linha de frente contra “os golpistas” que defendem o afastamento de Dilma, ao lado de seu companheiro de seu incômodo aliado de base governista, ninguém menos do que o ex-presidente Collor.

Ao ser questionado pelo líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima, sobre sua mudança de lado e postura, durante debate promovido pelo jornalista Josias de Souza, tentou negar sua proximidade com o antigo inimigo. Chegou a declarar que sequer cumprimenta o colega. Mas a imagem dos dois conversando animadamente no plenário do Senado falam por si só.

*Do PSDB Nacional

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